Sotheby’s reconfigura conselho com gestores do Oriente Médio após investimento de R$ 1 bilhão

Em outubro, a Sotheby’s anunciou um investimento de US$ 1 bilhão da ADQ, um fundo soberano de Abu Dhabi. O acordo prevê a reestruturação do conselho da casa de leilões, que passará a contar com nove membros, incluindo três representantes do fundo emirático. Essa mudança marca a primeira vez que autoridades financeiras do Oriente Médio terão influência significativa na gestão da Sotheby’s, tradicionalmente dominada por gestores e advogados ocidentais.

Após o anúncio, a Sotheby’s revelou que H.E. Mohamed Hassan Alsuwaidi, Ministro de Investimentos e CEO da ADQ, é um dos novos diretores do conselho. Alsuwaidi, figura proeminente nos Emirados Árabes Unidos, já atuou na Mubadala Investment Company. Os outros dois representantes da ADQ no conselho são Murtaza Hussain, ex-diretor de investimentos da ADQ, e Aziz Moolji, atual diretor de M&A e Investimentos Alternativos da ADQ. A Sotheby’s confirmou essas nomeações, mas não fez um anúncio interno.

A nova configuração do conselho surge em um momento desafiador para a Sotheby’s, que viu seus lucros de vendas de arte no Reino Unido caírem 36% entre 2021 e 2023, de £ 34,5 milhões para £ 22 milhões. A divisão de serviços financeiros da casa também reportou uma perda de US$ 1,2 milhão no Reino Unido. Apesar disso, o CFO da Sotheby’s, David Kownator, afirmou que a empresa está em boa situação financeira com o capital da ADQ, embora esses dados não reflitam a totalidade dos lucros da casa.

Além disso, um fator menos visível que impactou os números de vendas foi a compra de £ 65 milhões em arte por gerentes-chave e familiares da Sotheby’s em 2020, aumentando para £ 104,9 milhões em 2022. Essas aquisições, que influenciam o faturamento total, ocorrem em um contexto onde a Sotheby’s mantém um conselho internacional separado, focado em colecionadores, sem profissionais de arte no novo conselho de votação.