Preços do petróleo caem e setor enfrenta desafios sob governo Trump 2.0

O preço do petróleo tem enfrentado flutuações significativas devido a incertezas econômicas e políticas, especialmente sob a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em novembro de 2024, o barril de petróleo tipo Brent estava cotado a 75,08 dólares, mas caiu para menos de 60 dólares após o anúncio de aumento na produção por parte dos produtores. A recente alta de 4% no preço foi impulsionada por um acordo comercial entre os EUA e a China, mas, no acumulado do ano, a queda é de 13%.

A produção de petróleo nos EUA deve cair até 2026, com uma previsão de redução de 130 mil barris por dia. Essa diminuição reflete a pressão de preços baixos e uma demanda fraca. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já revisou para baixo suas previsões de crescimento global, o que impacta diretamente a necessidade de combustível. A OPEP+ anunciou um aumento na produção, o que contribuiu para a queda de 15% nos preços do petróleo em apenas três dias.

Perspectivas do Mercado

Especialistas apontam que a combinação de maior oferta e menor demanda pode levar a novos recuos nos preços. A diretora de Materiais Primas da Vontobel, Kerstin Hottner, destaca que a China, como principal importador de petróleo, pode aumentar seu consumo interno, o que influenciaria os preços. Por outro lado, tensões geopolíticas envolvendo Rússia e Irã também podem impactar o mercado.

Analistas do setor, como Noah Barrett, indicam que o risco para os preços do petróleo tende a ser negativo, devido à demanda fraca e ao aumento da oferta. O Bank of America (Bofa) prevê que o preço do petróleo Brent deve oscilar entre 60 e 80 dólares por barril nos próximos anos, com uma expectativa de queda para 60 dólares até 2025.

Impactos no Setor Energético

A queda nos preços do petróleo afeta diretamente as empresas do setor. Marlen Shokhitbayev, analista de ratings corporativos, afirma que, embora não se espere um impacto tão drástico quanto em 2020, as empresas podem enfrentar desafios financeiros. A pressão por um período prolongado de preços baixos pode afetar a qualidade creditícia das petrolíferas.

O cenário atual é complexo, com empresas como Shell e TotalEnergies se destacando por sua resiliência, enquanto a Repsol enfrenta riscos maiores. A situação do setor é preocupante, com uma possível recuperação da produção de gás nos EUA prevista para 2025. A incerteza continua a dominar o mercado, refletindo a volatilidade das políticas comerciais e a dinâmica global do petróleo.