Sabesp registra lucro de R$ 1,5 bilhão e avança em universalização do saneamento

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) reportou um lucro líquido de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 80% em relação ao mesmo período do ano anterior. A empresa, que passou por privatização em 2024, também anunciou investimentos de R$ 9 bilhões para conectar 1,2 milhão de imóveis à rede de esgoto até 2027.

No primeiro trimestre, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Sabesp alcançou R$ 3,4 bilhões, um crescimento de 40,7% em comparação com o ano anterior. O lucro por ação subiu para R$ 2,17, contra R$ 1,20 no primeiro trimestre de 2024. O conselho de administração aprovou a recompra de até 6,9 milhões de ações ordinárias, representando cerca de 1% do total de ações da companhia.

Investimentos e Universalização

A Sabesp tem se concentrado na universalização do saneamento básico, com a meta de atender pelo menos 90% da população nos 375 municípios sob sua responsabilidade até 2029. O CFO da empresa, Daniel Szlak, destacou que a companhia está renegociando dívidas e buscando novas linhas de crédito com taxas menores. A relação dívida líquida/Ebitda se manteve estável em 1,7 vezes.

O Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento (Fausp) destinará cerca de R$ 30 milhões para a construção de ligações de esgoto para 12 mil famílias de baixa renda em 2025. A Sabesp é responsável pela execução das obras, enquanto a Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) fiscaliza a aplicação dos recursos.

Obras e Despoluição

Em abril, a Sabesp iniciou a primeira fase das obras de instalação e melhorias na rede de esgoto da Grande São Paulo. O projeto, parte do programa IntegraTietê, visa conectar 1,2 milhão de imóveis à rede de tratamento. As obras se concentram na zona leste da capital e em cidades como Guarulhos e Itaquaquecetuba.

O diretor de Engenharia e Inovação da Sabesp, Roberval Tavares, afirmou que a falta de saneamento é um dos principais fatores da poluição do Rio Tietê. As intervenções incluem a instalação de 1,1 mil quilômetros de tubulações e a modernização de seis Estações de Tratamento de Esgoto. A expansão da ETE Parque Novo Mundo teve um investimento de R$ 1 bilhão e deve aumentar sua capacidade de tratamento.