A obra-prima de Gabriel García Márquez, Cien años de soledad, teve suas raízes firmemente plantadas em México e Buenos Aires durante os anos sessenta. A publicação da novela, em 5 de junho de 1967, foi marcada por um escândalo que fez com que editores que antes ignoraram o autor se aproximassem dele, questionando por que […]
A obra-prima de Gabriel García Márquez, Cien años de soledad, teve suas raízes firmemente plantadas em México e Buenos Aires durante os anos sessenta. A publicação da novela, em 5 de junho de 1967, foi marcada por um escândalo que fez com que editores que antes ignoraram o autor se aproximassem dele, questionando por que não receberam a obra antes. García Márquez, que já havia dedicado quase 20 anos à construção de sua narrativa, estava convencido de que apenas cidades como Barcelona ou Buenos Aires poderiam consagrar sua obra.
O processo de criação de Cien años de soledad começou em 1948, quando o autor, ainda um jovem de 21 anos, tentava contar a história da família Buendía. Durante anos, ele lutou com o que chamava de “mamotreto”, uma narrativa extensa que parecia além de sua capacidade na época. Com o passar do tempo, e após diversas experiências literárias e jornalísticas, ele começou a moldar os personagens e cenários que viriam a compor sua famosa novela.
Em 1965, após um período de reflexão e aprendizado, García Márquez se isolou para escrever a obra que ele acreditava ser a culminação de sua carreira. Com o apoio financeiro de sua esposa, Mercedes Barcha, e amigos, ele se dedicou intensamente à escrita, enfrentando dificuldades financeiras e pessoais. O autor começou a trabalhar em um ritmo frenético, acreditando que o processo duraria apenas seis meses, mas acabou se estendendo por catorze meses.
A recepção de Cien anos de soledad foi avassaladora. A novela esgotou sua primeira edição de 8.000 cópias em apenas duas semanas, levando à impressão de uma segunda edição de 10.000. O impacto da obra foi tão profundo que, segundo Paco Porrúa, editor da Sudamericana, a cidade de Buenos Aires acolheu a novela como parte de sua cultura popular, reconhecendo-a não apenas como grande literatura, mas como um sopro mágico de vida.
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