Atriz portuguesa destaca bissexualidade e fala sobre viver sem culpa

Recém-chegada ao Brasil, a atriz portuguesa Isabél Zuaa se destacou no cenário cinematográfico nacional. Desde 2009, quando se mudou para o país, ela construiu uma carreira sólida, participando de diversas produções. Recentemente, Zuaa fez sua estreia no Festival de Cinema de Cannes com o filme "O agente secreto", dirigido por Kleber Mendonça Filho. A obra, que chega aos cinemas em novembro, já gerou burburinho ao conquistar as Palmas de melhor direção e o prêmio de melhor ator para Wagner Moura.

No filme, Isabél interpreta Teresa Vitória, uma angolana que foge para o Recife em 1977. A personagem é inspirada em uma amiga da mãe do diretor, e Zuaa a interpretou de forma a impressionar tanto o público quanto a crítica. Para a estreia em Cannes, a atriz escolheu um vestido da estilista Penha Maria, que refletiu sua identidade e conexão com o Brasil.

Novos Projetos

Após Cannes, Isabél se prepara para estrear a peça "Irmãs" no Sesc Copacabana, marcada para o dia 26. A montagem, que conta com um elenco diversificado, aborda crises existenciais femininas, inspirada na obra de Anton Tchekhov. A atriz destaca a importância de explorar subjetividades e trazer leveza ao drama, especialmente em tempos difíceis.

Zuaa, que se considera parte da diversidade cultural brasileira, reflete sobre sua trajetória. Ela enfrentou desafios em Portugal, onde era frequentemente excluída por não se encaixar em estereótipos. Sua mudança para o Brasil foi um marco, permitindo-lhe resgatar sua essência e criatividade. A atriz também se dedica a projetos que abordam a história de pessoas negras, como uma série sobre o período pré-Revolução dos Cravos, e é fundadora da companhia teatral Aurora Negra.

Reflexões e Compromissos

Isabél Zuaa defende a importância de contar histórias autênticas e se recusa a participar de projetos que perpetuem estereótipos negativos. Sua experiência no Brasil a ajudou a descolonizar sua forma de amar e a se afirmar como artista. Com uma carreira marcada por escolhas conscientes, ela continua a explorar novas narrativas e a celebrar sua identidade multicultural.