Público LGBTQIAPN+ transforma teatros do Rio em espaços de representatividade e emoção

O público LGBTQIAPN+ está cada vez mais presente nas salas de teatro do Rio de Janeiro, com peças que refletem suas vivências e histórias. Um exemplo é a estreia da peça “Zona Lésbica” no Centro Cultural do Banco do Brasil, que gerou grande expectativa entre mulheres lésbicas. Os ingressos, que são gratuitos, esgotaram-se em menos de uma hora para as primeiras apresentações, que ocorreram com casa cheia no último fim de semana. A produção, que mistura ficção e realidade, explora a busca por um espaço seguro para mulheres que amam mulheres, e foi elogiada por sua relevância e impacto emocional.

Monique Vaillé, produtora e atriz da peça, compartilha sua trajetória pessoal, destacando como enfrentou preconceitos no passado. “Estou muito feliz da gente estar protagonizando essa peça”, afirma. A peça, que conta com trilha sonora de artistas como Zélia Duncan e Leci Brandão, foi tão bem recebida que o CCBB adicionou cinco sessões extras, que vão até 2 de fevereiro. Daniela Brosco, uma espectadora, ressaltou a importância de ter espaços dedicados à arte LGBT, afirmando que a peça a emocionou profundamente.

Outra produção em destaque é “Bent”, de Martin Sherman, que está em cartaz no teatro Vanucci. A peça retrata a vida de dois homens gays na Alemanha dos anos 1930, durante a ascensão do nazismo. O produtor executivo San Lima enfatiza a necessidade de contar essa história de amor e resistência, que também aborda a perseguição aos homossexuais na época. Com ingressos entre R$ 50 e R$ 100, a peça tem atraído um público majoritariamente LGBTQIAPN+ e gerado discussões sobre a importância da representatividade nas artes.

Em fevereiro, o festival Pausa para a Cena trará ainda mais representatividade, com 28 apresentações voltadas para histórias LGBTQIAPN+. O evento ocorrerá entre os dias 6 e 16, no Parque Municipal Glória Maria e no Teatro Municipal Ruth de Souza, permitindo que o público escolha as peças que deseja assistir. Essa iniciativa reforça a crescente demanda por narrativas que representem a diversidade e promovam a inclusão no cenário cultural.