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02 de mar 2025

Sambas da Sapucaí revelam palavras mais cantadas e transformações ao longo de 40 anos

Levantamento revela que "vem" e "amor" são as palavras mais cantadas. Letras evoluíram, refletindo a cultura afro brasileira e religiosidade. Compositores utilizam cerca de 10 mil palavras, metade delas raramente. Temas de paz e geografia se destacam em sambas dos anos 2000. Movimento de resgate das raízes africanas ganha força nos últimos anos.

Foto:Reprodução

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Um levantamento realizado pelo GLOBO analisou as letras dos sambas desde a inauguração do Sambódromo em 1984, revelando que a palavra mais frequente é “vem”, um convite dos sambistas ao público. Em seguida, o “amor” se destaca como o substantivo mais cantado ao longo de quatro décadas de desfiles. Paulo César Feital, compositor da Viradouro, afirma que “o amor é uma palavra que vai aparecer sempre mais”, evidenciando seu papel central na poesia do samba. A pesquisa considerou todas as letras do Grupo Especial, excluindo artigos, pronomes e preposições para uma análise mais precisa.

Além de “vem” e “amor”, palavras como “vida”, “povo”, “mundo” e “samba” também figuram entre as preferidas dos compositores. O estudo revelou que os músicos utilizaram cerca de 10 mil palavras, sendo que metade delas foi empregada apenas uma vez. Termos como “farofa”, presente no samba Ratos e Urubus da Beija-Flor de 1989, exemplificam a diversidade lexical. André Diniz, compositor e historiador, destaca que o samba passa por ciclos, com mudanças de estilo ao longo dos anos, refletindo transformações sociais e artísticas.

Nos primeiros anos do Sambódromo, as letras expressavam sentimentos, com palavras como “alegria” e “saudade” sendo comuns. Luiz Antonio Simas observa que, na década de 1980, os sambas eram mais leves, enquanto nos anos 1990 surgiram “refrões genéricos”, que se encaixavam em diferentes composições. A partir de então, palavras ligadas a enredos patrocinados, como “mar”, “sol” e “terra”, ganharam destaque, refletindo a conexão com as localidades exaltadas nos sambas.

Na década de 2000, o termo “Brasil” se tornou frequente, especialmente em 2000, quando todas as escolas celebraram os 500 anos da chegada dos portugueses. A palavra “paz” também ganhou força, com 60 aparições nos sambas, refletindo o contexto de tensões sociais e violência no Rio de Janeiro. Com a redução de patrocínios na década seguinte, as escolas ganharam liberdade criativa, levando ao resgate das raízes africanas, com termos como “tambor”, “ancestrais” e “axé” se tornando comuns. Atualmente, palavras como “salve” e “laroyê” estão em alta, refletindo a valorização das religiões de matriz africana no carnaval.

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