22 de mai 2025
Cineasta iraniano afirma que hijab é sacrifício necessário para filmar no Irã
Cineasta iraniano Saeed Roustaee apresenta "Woman and Child" em Cannes, enfrentando desafios e críticas sobre a liberdade no cinema no Irã.
Foto:Reprodução
Ouvir a notícia:
Cineasta iraniano afirma que hijab é sacrifício necessário para filmar no Irã
Ouvir a notícia
Cineasta iraniano afirma que hijab é sacrifício necessário para filmar no Irã - Cineasta iraniano afirma que hijab é sacrifício necessário para filmar no Irã
O cineasta iraniano Saeed Roustaee apresenta seu novo filme, "Woman and Child", no Festival de Cannes, após ter enfrentado uma condenação anterior de seis meses de prisão e cinco anos de proibição de trabalhar. O filme, que segue a vida de uma mãe em dificuldades, foi realizado sob as diretrizes do regime iraniano, incluindo a obrigatoriedade do uso do hijab pelas protagonistas.
Roustaee, que retornou a Cannes três anos após a exibição de "Os Irmãos de Leila", expressou sua determinação em continuar fazendo cinema, mesmo que isso signifique seguir as regras do governo. Ele afirmou à AFP que "o pior para mim é não fazer cinema". O cineasta enfatizou a importância de que seu trabalho seja visto pelo público iraniano, já que muitos filmes de qualidade são raramente exibidos no país.
Desafios do Cinema no Irã
O novo filme de Roustaee retrata Mahnaz, uma mãe de 40 anos que enfrenta desafios com seu filho mais velho, cujas ações levam a família a uma tragédia. Apesar do sucesso de dramas sociais em festivais internacionais, esses filmes frequentemente não chegam às salas de cinema no Irã, onde comédias dominam a programação. Roustaee destacou que a obtenção de permissões para filmar "Woman and Child" levou mais de seis meses, um processo que se tornou viável após mudanças no governo.
A cineasta Mahshid Zamani, membro da Associação de Cineastas Independentes Iranianos, criticou Roustaee por se submeter às exigências do regime. Ela argumentou que "é um direito fundamental das mulheres vestir o que quiserem" e que a presença do hijab nas telas não deve ser uma condição para a produção cinematográfica.
O Futuro do Cinema Iraniano
Roustaee, por sua vez, reconhece a luta pelo fim do véu obrigatório, mas acredita que, enquanto isso, é necessário continuar produzindo filmes. Ele afirmou que "esse movimento vai ter sucesso, mas é necessário tempo". O cineasta Jafar Panahi, também presente em Cannes, comentou que não existe uma fórmula única para fazer cinema no Irã, ressaltando que cada artista deve encontrar seu próprio caminho.
A situação do cinema no Irã reflete um contexto mais amplo de desafios sociais e políticos, onde a liberdade de expressão e a criatividade artística frequentemente enfrentam restrições severas.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.