Festival de Berlim inicia com críticas à extrema direita e homenagens a Tilda Swinton

A 75ª Berlinale inicia nesta quinta-feira, 13 de fevereiro, com a presença de estrelas como o diretor americano Todd Haynes e a atriz escocesa Tilda Swinton. O festival ocorre em um contexto de crescente influência da extrema direita global e a poucos dias das eleições legislativas na Alemanha, marcadas para 23 de fevereiro. A diretora do festival, Tricia Tuttle, enfatizou que o evento representa uma rejeição às ideias propagadas por partidos extremistas, destacando a importância do cinema como forma de resistência.

Durante a coletiva de imprensa, Haynes, que preside o júri, expressou preocupação com a crise política atual, tanto nos Estados Unidos quanto no mundo. Ele mencionou o impacto das ações do governo Trump e a necessidade de discutir temas como a marginalização e a exclusão. O filme de abertura, “Das Licht”, dirigido por Tom Tykwer, aborda a história de uma imigrante síria e suas dificuldades, refletindo sobre a atualidade e os desafios enfrentados pela democracia.

A cerimônia de abertura do festival contará com a entrega do Urso de Ouro honorário a Tilda Swinton, reconhecida por sua carreira e pelo recente trabalho em “O Quarto ao Lado”, de Pedro Almodóvar. O júri, que inclui diretores e atores renomados, começará a avaliar os dezenove longas-metragens em competição, entre eles “Dreams”, de Michel Franco, e “O último azul”, de Gabriel Mascaro, que representa o Brasil.

Além da competição principal, a Berlinale apresentará uma seleção diversificada de filmes brasileiros em mostras paralelas, incluindo clássicos restaurados e novas produções. O cinema nacional continua a se destacar em festivais internacionais, com obras que abordam temas contemporâneos e sociais. A programação também inclui séries para TV e streaming, ampliando o alcance do festival e sua relevância no cenário cultural atual.