Em Alta NotíciasConflitoseconomiaFutebolrelações internacionais

Converse com o Telinha

Telinha
Oi! Posso responder perguntas apenas com base nesta matéria. O que você quer saber?

Cinema brasileiro enfrenta desafios históricos e novas estratégias de hegemonia cultural

Netflix se aproxima da Cinemateca Brasileira, levantando questões sobre a preservação do cinema nacional e a influência das plataformas de streaming.

Telinha
Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
0:00 0:00

Paulo Emílio Salles Gomes, um crítico de cinema, analisou a luta do cinema brasileiro contra a influência de Hollywood desde os anos 1960, destacando a importância de entender as forças que dominam o setor. Ele observou que a expansão dos estúdios de Hollywood no Brasil, que começou em 1915, teve apoio do governo americano, que ofereceu informações estratégicas aos empresários. Hoje, a Netflix está tentando se envolver na preservação do cinema brasileiro, mas isso gera preocupações sobre a cooptação do setor. A Cinemateca Brasileira, que foi negligenciada por muito tempo, agora recebe apoio da Netflix, que afirma não depender apenas de suas produções originais. No entanto, a maior parte do investimento da Netflix vai para conteúdos originais, o que muitas vezes transforma produtoras independentes em prestadoras de serviço, sem acesso à propriedade intelectual. O setor audiovisual enfrenta desafios internos, com divisões entre “industrialistas” e “culturalistas”, o que dificulta a união necessária para fortalecer sua posição. Além disso, a falta de uma estratégia cultural sólida do governo contribui para a fragilidade do setor, que não reconhece plenamente a importância do audiovisual para o desenvolvimento do Brasil. A aproximação da Netflix com instituições públicas pode ser vista como uma estratégia de ocupação em um momento político delicado. A análise de Paulo Emílio sobre a mentalidade dos produtores brasileiros ainda é relevante, pois as táticas dos grupos hegemônicos permanecem as mesmas. É essencial reconhecer a conexão entre produção, distribuição e exibição de filmes para que o Brasil possa afirmar sua identidade cultural.

Paulo Emílio Salles Gomes, crítico de cinema, analisou a luta do cinema brasileiro contra a hegemonia de Hollywood desde os anos 1960. Em seu texto “O Dono do Mercado”, de mil novecentos e sessenta e um, ele destacou a necessidade de entender as estruturas de poder no setor audiovisual. A expansão dos estúdios de Hollywood no Brasil, iniciada em mil novecentos e quinze, foi apoiada pelo governo americano, que forneceu informações estratégicas aos empresários.

Atualmente, a Netflix busca ocupar espaços na preservação do cinema brasileiro, levantando preocupações sobre a cooptação do setor audiovisual. A Cinemateca Brasileira, um espaço negligenciado por décadas, agora recebe apoio da plataforma, que argumenta que não depende apenas de produções originais. Entretanto, a maior parte do investimento da Netflix está em conteúdos originais, que frequentemente transformam produtoras independentes em prestadoras de serviço, sem acesso à propriedade intelectual.

A necessidade de investimentos em preservação é urgente, mas o setor audiovisual enfrenta desafios internos, com divisões entre “industrialistas” e “culturalistas”. Essa fragmentação dificulta a articulação do setor, que precisa se unir para fortalecer sua posição. A falta de uma estratégia cultural robusta por parte do governo também contribui para a fragilidade do setor, que não compreende plenamente a importância do audiovisual para o desenvolvimento social e econômico do Brasil.

A aproximação da Netflix com instituições públicas pode ser vista como uma estratégia de ocupação em um momento de disputa política. A análise de Paulo Emílio sobre a mentalidade corporativa dos produtores brasileiros ainda é relevante, pois os grupos hegemônicos continuam a usar táticas semelhantes. A interconexão entre produção, distribuição e exibição de filmes precisa ser reconhecida para que o Brasil consolide sua soberania cultural.

Relacionados:

Comentários 0

Entre na conversa da comunidade

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela; a responsabilidade é do autor da mensagem. Conecte-se para comentar

Veja Mais