O Brasil foi escolhido como convidado de honra no Mercado do Cinema de Cannes, que acontece de 13 a 24 de maio. Essa escolha celebra os 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e França e destaca a importância do cinema brasileiro, que teve 273 produções nacionais entre os 728 filmes lançados no país em 2023. O Brasil também recebeu prêmios importantes, como o Oscar de melhor filme internacional para “Ainda Estou Aqui” e o Urso de Prata em Berlim para “O Último Azul”. Apesar dos desafios enfrentados, como mudanças no financiamento e cortes orçamentários durante o governo anterior, o setor audiovisual brasileiro continua a crescer, com a ajuda de iniciativas internacionais e coproduções. O cinema brasileiro, embora premiado, ainda depende de conexões externas e enfrenta dificuldades na formação de roteiristas.
PARIS, FRANÇA – O cinema brasileiro é o convidado de honra do Mercado do Cinema de Cannes, que ocorre de 13 a 24 de maio. A escolha do Brasil destaca 273 produções nacionais em 2023 e celebra os 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e França. O evento é uma oportunidade para estabelecer conexões com distribuidores e produtores globais.
O setor audiovisual brasileiro movimenta cerca de R$ 28 bilhões anualmente. Em 2023, dos 728 filmes que estrearam no Brasil, 273 foram produções nacionais. O filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, conquistou o Oscar de melhor filme internacional, enquanto “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro, recebeu o Urso de Prata em Berlim.
Apesar dos prêmios, o cinema brasileiro enfrenta desafios. O diretor Karim Aïnouz comentou sobre as dificuldades do setor, que incluem mudanças no financiamento e os cortes orçamentários durante o governo anterior. Ele destacou que o cinema passa por ciclos complicados, exigindo reinvenção constante.
Desafios e Oportunidades
As telenovelas continuam sendo um motor importante do audiovisual no Brasil, com exportações que financiam outros projetos. A lei Rouanet, que oferece incentivos fiscais, é crucial para o setor, embora tenha sofrido reformas que restringiram seu uso. A volta de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência em 2023 trouxe novas esperanças para o financiamento cultural.
A coprodução com empresas europeias é comum entre diretores que competem em festivais como Cannes e Veneza. Kleber Mendonça Filho, que já ganhou prêmios em Cannes, concorre este ano à Palma de Ouro com “O Agente Secreto”. No entanto, Aïnouz alerta para a falta de formação em roteiros no Brasil, um obstáculo significativo para novos cineastas.
O Mercado de Cannes representa uma chance de revitalização para o cinema brasileiro, que, apesar dos desafios, continua a brilhar no cenário internacional.
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