Surto de sarampo no Texas já causa duas mortes e levanta críticas à gestão de saúde pública

Uma menina de oito anos, não vacinada, faleceu em decorrência de complicações do sarampo no oeste do Texas, marcando a segunda morte relacionada ao surto que começou em janeiro. O surto já contabiliza 569 casos em Texas, Novo México, Oklahoma e possivelmente Kansas. A primeira morte ocorreu em fevereiro, envolvendo uma criança da mesma comunidade menonita.

Robert F. Kennedy Jr., secretário de Saúde do governo Trump, visitou a região para consolar as famílias afetadas e assistiu ao funeral da menina. Ele enfrentou críticas pela sua abordagem ao surto, que inclui a promoção de tratamentos alternativos, como vitamina A, que resultaram em casos de toxicidade em crianças hospitalizadas. Kennedy, no entanto, reconheceu que a vacina tríplice viral é a forma mais eficaz de prevenção.

O senador Bill Cassidy, médico, pediu que as autoridades de saúde apoiem a vacinação contra o sarampo, enfatizando que "não há tratamento para a doença". Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) indicam que a vacina é 93% eficaz com uma dose e 97% com duas doses. A maioria dos casos registrados no Texas envolve pessoas não vacinadas, especialmente crianças e adolescentes.

A resposta de Kennedy ao surto gerou críticas de especialistas, que afirmam que a desinformação sobre vacinas contribuiu para o aumento de casos. O diretor do Centro de Educação sobre Vacinas do Hospital Infantil de Filadélfia destacou que a doença voltou a se espalhar devido à recusa de muitos pais em vacinar seus filhos, em grande parte por influência de figuras como Kennedy.