Itália bloqueia acesso ao DeepSeek e investiga coleta de dados pessoais pela IA chinesa

A autoridade italiana de proteção de dados, conhecida como Garante, determinou nesta quinta-feira (30) o bloqueio do chatbot chinês DeepSeek no país, alegando falta de informações sobre o uso de dados pessoais dos usuários. A decisão, que tem efeito imediato, foi tomada após o órgão considerar as informações fornecidas pela empresa como "totalmente insuficientes". O Garante já havia solicitado esclarecimentos sobre quais dados são coletados, suas fontes e finalidades, além de questionar se esses dados são armazenados na China.

Na quarta-feira (29), o DeepSeek foi removido das lojas de aplicativos da Apple e do Google na Itália, com mensagens informando que a plataforma não estava disponível no país. Além da Itália, outros países europeus, como Irlanda e França, também solicitaram informações sobre a coleta de dados do chatbot. A França, por exemplo, está analisando a plataforma para avaliar possíveis riscos para seus cidadãos. A Europa, com seu Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), é reconhecida por suas rigorosas leis de privacidade.

O DeepSeek, que se tornou um dos aplicativos mais populares globalmente, enfrenta críticas sobre a coleta indevida de dados. Um relatório da Wiz, empresa de segurança em nuvem, revelou que a startup deixou um banco de dados exposto na Internet, resultando em um vazamento de informações sensíveis. A Itália decidiu suspender o serviço até que a empresa forneça respostas aos órgãos reguladores, enquanto a Irlanda também investiga a situação.

As preocupações com a privacidade e segurança dos dados aumentaram, especialmente após o sucesso do DeepSeek em downloads, superando concorrentes como o ChatGPT. Empresas de cibersegurança estão restringindo o acesso ao aplicativo devido ao temor de vazamentos de dados para o governo chinês. A DeepSeek, que coleta uma variedade de dados dos usuários, incluindo padrões de digitação, afirma que essas informações são utilizadas para melhorar seus serviços, mas a falta de transparência gera desconfiança entre usuários e reguladores.