Josefina Tíu, uma jovem indígena quiché de 21 anos, enfrentou tentativas de negar seu direito à educação na infância, um desafio comum entre meninas indígenas na Guatemala. “Não foi fácil, porque sempre me diziam que não podia estudar porque era mulher,” afirma Tíu, que se tornou ativista pelos direitos da infância. Apesar das dificuldades, ela […]
Josefina Tíu, uma jovem indígena quiché de 21 anos, enfrentou tentativas de negar seu direito à educação na infância, um desafio comum entre meninas indígenas na Guatemala. “Não foi fácil, porque sempre me diziam que não podia estudar porque era mulher,” afirma Tíu, que se tornou ativista pelos direitos da infância. Apesar das dificuldades, ela se tornou a primeira mulher de sua família a se graduar e a ir para a universidade, superando a média de apenas três anos de escolarização para meninas indígenas em áreas rurais.
Nascida em Santa Lucía La Reforma, Tíu enfrentou a separação dos pais e a pobreza, que ameaçaram sua educação. Sua mãe não tinha recursos para mantê-la na escola, mas com o apoio de sua tia, conseguiu completar a educação primária. “O trabalho e manter a família era, para meu pai, mais importante que a educação,” explica Tíu, que precisou trabalhar para ajudar em casa. O contexto educacional em Guatemala é alarmante, com 68% das pessoas sem escolaridade vivendo na pobreza, em contraste com apenas 9,9% entre aqueles com ensino superior.
Após várias tentativas de interromper seus estudos, Tíu recebeu uma oportunidade de bolsa de estudos que mudou sua trajetória. Com a ajuda de um programa que permitia estudar enquanto trabalhava, ela conseguiu concluir o ensino médio e atualmente está na universidade, aspirando a ser professora. “Em minha comunidade, muitas mulheres só estudaram até o terceiro ano,” observa Tíu, que agora apoia outras mulheres indígenas em sua luta por educação.
A desigualdade de gênero e a pressão para o casamento precoce ainda são desafios significativos. “Muitas meninas crescem pensando que não valem,” diz Sofía Gutiérrez, da ONG Fe y Alegría. Tíu acredita que a educação é fundamental para que as meninas conheçam seus direitos e possam reivindicá-los. “Se estudamos, saberemos quais são nossos direitos e até onde podemos chegar,” conclui a ativista, que continua a lutar por um futuro melhor para as meninas em sua comunidade.
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