A relação dos espanhóis com os animais passou por uma transformação significativa, com mais de 70% da população se opondo a práticas como corridas de touros e caça esportiva, conforme o relatório da Fundação BBVA. Embora haja um forte repúdio a essas atividades, fatores como idade, nível educacional e orientação ideológica influenciam a percepção sobre […]
A relação dos espanhóis com os animais passou por uma transformação significativa, com mais de 70% da população se opondo a práticas como corridas de touros e caça esportiva, conforme o relatório da Fundação BBVA. Embora haja um forte repúdio a essas atividades, fatores como idade, nível educacional e orientação ideológica influenciam a percepção sobre a relação com os animais. Quarenta e cinco por cento dos entrevistados afirmam ter um alto nível de empatia, especialmente entre mulheres e jovens.
Nos últimos 15 anos, a conexão emocional entre humanos e animais se intensificou. Em 2008, a percepção sobre a semelhança nas experiências de prazer e dor entre humanos e animais era de 6,9 e 5,7, respectivamente. Em 2025, esses números subiram para 8,4 e 6,7. O repúdio à utilização de animais para a confecção de peles é notável, com 84% dos espanhóis considerando essa prática inaceitável. O uso de animais em cosméticos também gera forte rejeição, especialmente entre mulheres e pessoas com visão não materialista da natureza.
A aceitação de práticas como a pesquisa para produtos de beleza caiu drasticamente, de 2,8 para 1,3 nos últimos anos. A aceitação de circos também diminuiu, passando de 4 para 1,4. Em relação à tauromaquia, a aceitação caiu de 2,7 para 1,8. Mobilizações como a Iniciativa Legislativa Popular demonstram a crescente oposição a essas tradições. Contudo, a maioria da população ainda aceita a produção de alimentos de origem animal e a experimentação científica, com 14% e 19% de desaprovação, respectivamente.
Essas mudanças nas percepções têm raízes nos movimentos contraculturais da década de 1960, que promoveram uma nova consciência sobre a biodiversidade e o bem-estar animal. A Lei de Proteção dos Direitos e Bem-Estar dos Animais é um reflexo dessa evolução. Além disso, o aumento de 40% no número de animais de estimação entre 2019 e 2021, impulsionado pela pandemia, destaca a crescente empatia da população, que considera muitos desses animais como “membros da família”.
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