Profissionais do sexo no Brasil, como Sara Müller e Deusa Artemis, estão usando o TikTok para compartilhar suas experiências e desmistificar estigmas sobre a profissão. Müller, com mais de 60 mil seguidores, afirma que seu objetivo não é romantizar, mas mostrar a realidade do trabalho sexual, o que gera reações variadas. Ela critica a visão de que as profissionais são apenas vítimas e defende que não devem ser marginalizadas. Deusa Artemis, com 25 mil seguidores, oferece dicas de segurança e critica a falta de informação que leva mulheres a entrar na profissão sem conhecer os riscos. O antropólogo Thaddeus Blanchette observa que a prostituição sempre existiu e que as profissionais se adaptam às novas mídias. Apesar da maior visibilidade, muitas profissionais, especialmente mulheres trans e negras, ainda enfrentam marginalização e violência. A delegada Cyntia Carvalho e Silva destaca que algumas aceitam pagamentos baixos para sobreviver. Juma Santos, ativista, defende a união entre gerações de profissionais para lutar por direitos e respeito.
Profissionais do sexo no Brasil, como Sara Müller e Deusa Artemis, têm utilizado redes sociais, especialmente o TikTok, para compartilhar suas experiências e desmistificar estigmas associados à profissão. Müller, com mais de 60 mil seguidores, afirma: “O que eu faço aqui não é romantizar. Eu estou compartilhando a minha experiência.” Seus vídeos abordam a realidade do trabalho sexual, gerando reações mistas entre elogios e críticas.
A popularização de conteúdos sobre trabalho sexual nas redes sociais tem gerado debates. Enquanto algumas pessoas elogiam a coragem das profissionais em falar sobre um tema tabu, outras acusam-nas de glamourizar a profissão. Müller destaca que a visão de que as profissionais do sexo são apenas vítimas é limitada. “A profissional que trabalha com sexo não tem que ficar marginalizada, escondida,” afirma.
Deusa Artemis, com mais de 25 mil seguidores, também utiliza suas plataformas para oferecer orientações sobre segurança e dicas para iniciantes. Ela critica a falta de informação que leva muitas mulheres a entrar na profissão sem conhecer os riscos. “A quem interessa que uma menina entre no trabalho sexual sem nenhum tipo de informação?” questiona.
A discussão sobre o trabalho sexual é complexa. O antropólogo Thaddeus Blanchette observa que a prostituição sempre existiu e que as profissionais se adaptam às novas mídias para encontrar clientes e aumentar a segurança. “Ninguém questiona se qualquer outra profissão está sendo glamourizada nas redes sociais,” diz.
Apesar da visibilidade crescente, a realidade das profissionais de rua, especialmente mulheres trans e negras, ainda é marcada pela marginalização e violência. A delegada Cyntia Carvalho e Silva ressalta que muitas enfrentam situações extremas, como aceitar pagamentos baixos para sobreviver.
A luta por direitos e respeito no trabalho sexual é um tema central. Juma Santos, ativista e coordenadora da Rede de Redução de Danos, defende a união entre diferentes gerações de profissionais para combater estigmas e conquistar direitos. “As ‘meninas do job’ estão dando um grande passo na nossa luta,” conclui.