Lifestyle

Rioja se reinventa com vinhos mais leves e frescos, desafiando tradições antigas

A influência de Robert Parker moldou a percepção de vinhos encorpados como qualidade. Vinhos leves e frescos estão em alta, com maior acidez e prontos para consumo. Regiões tradicionais, como Rioja, estão inovando e diversificando castas locais. Enólogos como Diego Magaña priorizam elegância e barricas usadas em seus vinhos. A demanda por vinhos brancos de Rioja cresce, refletindo mudanças no mercado.

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Vinhedos de Rioja e a uva tempranillo (à dir.), a mais popular da região: produtos entre os mais consumidos no planeta (Foto: Franck Guiziou/AFP)

Por muito tempo, vinhos encorpados, com taninos robustos e alto teor alcoólico, eram considerados sinônimo de qualidade, em grande parte devido à influência do crítico americano Robert Parker. Com 77 anos, Parker se destacou por atribuir altas notas a vinhos mais potentes, levando as vinícolas a priorizar esse estilo em suas produções. No entanto, um movimento crescente busca vinhos mais leves e frescos, com maior acidez e prontos para consumo imediato, refletindo uma mudança nas preferências do mercado.

Essa transformação é evidente até em regiões tradicionais, como Rioja, na Espanha, que possui o maior parque de pipas de carvalho do mundo, com mais de 1,3 bilhão de unidades. Os vinhos de Rioja são classificados pelo tempo de envelhecimento em barricas, com categorias como Crianza, Reserva e Gran Reserva. Desde 2017, um novo sistema de classificação também considera a origem, destacando vinhos de vinhedos únicos. Essa inovação está impulsionando a nova onda de vinhos mais delicados e elegantes.

Diego Magaña, um dos enólogos mais respeitados da nova geração, tem se destacado na elaboração de vinhos na região de Bierzo e, mais recentemente, em Rioja, utilizando barricas usadas para criar vinhos com menos aromas intensos. Juan Muga, da Bodegas Muga, reconhece que a tradição não é mais suficiente para se destacar no mercado atual, e seus vinhos, como o Prado Enea, buscam equilibrar potência e elegância, mantendo a acidez.

A mudança também se reflete nos vinhos brancos de Rioja, que antes eram secundários. Hoje, os enólogos exploram uma diversidade de castas locais, como tempranillo blanco e verdejo, resultando em vinhos estruturados e complexos. A demanda por esses rótulos tem sido tão alta que, em alguns casos, há escassez de garrafas. O rótulo branco da Viña Tondonia, por exemplo, é extremamente disputado no Brasil, refletindo a nova fase dos vinhos de Rioja, que se tornaram mais leves e promissores.

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