Um dos princípios tradicionais no armazenamento de vinhos é mantê-los sempre deitados, com a justificativa de que isso mantém a rolha umedecida, evitando sua secagem e minimizando a entrada de oxigênio, o que favorece o envelhecimento. No entanto, um estudo recente do The Australian Wine Research Institute (AWRI) revelou que a posição da garrafa durante o armazenamento tem pouco impacto na qualidade do vinho. A pesquisa concluiu que não há diferença significativa entre vinhos armazenados em pé ou deitados.

Produtores de Champagne e Vinho do Porto já haviam observado que o vinho envelhecido em pé pode apresentar resultados superiores. Apesar disso, é importante ressaltar que os estudos do AWRI foram realizados em condições controladas, com temperatura de 20°C e umidade relativa de 65%. Quando essas condições não são mantidas, o envelhecimento adequado do vinho pode ser comprometido. O enólogo Matt Holdstock enfatiza que, sem controle de temperatura e umidade, armazenar vinhos em pé pode acelerar o processo de envelhecimento.

Portanto, se o armazenamento em temperatura e umidade adequadas for viável, as garrafas podem ser posicionadas como preferir. Contudo, na ausência desse controle, é recomendável mantê-las deitadas para garantir a qualidade do vinho e a integridade das rolhas. Em ambientes secos ou quentes, como frequentemente ocorre no Brasil, o armazenamento em pé pode resultar na secagem da rolha e na oxidação do vinho.