Os vinhos laranja, originários da tradição caucasiana e popularizados na Geórgia e no nordeste da Itália, têm conquistado espaço na França desde a década de 2010. Esses vinhos, conhecidos como "brancos feitos como tintos", começaram a ser destacados por restaurantes e bares parisienses, atraindo a atenção pela sua coloração âmbar e perfil aromático distinto. Embora ainda pouco comuns entre os vinicultores franceses, sua presença tem crescido, especialmente na Alsácia e em outras regiões, com exemplos como a cuvée Cirrus de Éric Chevalier e os vinhos de Jean-Yves Peron.

No entanto, nem todos os produtores têm obtido sucesso com essa técnica de maceração. Alguns enfrentam dificuldades ao aplicar macerações inadequadas, resultando em vinhos com aromática ou acidez comprometidas, especialmente ao utilizar variedades menos apropriadas, como aligoté e folle blanche. Thomas Hilbert, sommelier e importador de vinhos laranja, destaca que a falta de experiência pode levar a resultados insatisfatórios.

Apesar de algumas previsões de um possível esgotamento do interesse por esses vinhos, especialistas como Jean-Baptiste Klein afirmam que o fenômeno se consolidou no cenário vitivinícola. Ele observa que, embora tenha havido um efeito de moda, muitos vinicultores agora possuem um conhecimento aprofundado sobre a vinificação e a viticultura, mantendo uma demanda constante por parte dos consumidores.

Hilbert também compartilha essa perspectiva otimista, apontando que a maceração pode oferecer soluções para desafios relacionados ao aquecimento global, já que os taninos atuam como antioxidantes. Ele acredita que, mesmo após um ano difícil em 2023, as vendas de vinhos laranja continuarão a crescer, com um número crescente de vinicultores, especialmente no sul da França, adotando essa prática.