Produzir Champagne em pequena escala é considerado um desafio para idealistas, especialmente na região francesa que abriga as mais renomadas vinícolas do mundo. O mercado é dominado por grandes Maisons, como Krug e Veuve Clicquot, que possuem vastas propriedades e compram uvas de pequenos produtores, garantindo remuneração justa. Contudo, alguns produtores, como Françoise Bedel, buscam destacar suas próprias marcas no competitivo mercado de champagnes.

Bedel administra uma propriedade de oito hectares cultivada de forma biodinâmica desde 1979, um método que considera a interação entre a natureza, o cosmos e os seres humanos. Com certificação desde 1998, seus vinhedos, que variam de 30 a 60 anos, utilizam a variedade Meunier, que se destaca na região de Vallée de la Marne por sua acidez elevada e concentração de açúcares, sendo essencial nos blends de Champagne.

Atualmente, Françoise Bedel oferece um portfólio com seis rótulos, incluindo três safrados. O Dis, Vin Secret, por exemplo, é composto por 75% de Meunier, 20% de Pinot Noir e 5% de Chardonnay, apresentando alta acidez e notas florais e frutadas. O rótulo mais caro, Comme Autrefois, de 2006, é reconhecido por sua complexidade e evolução. Bedel acredita que os vinhos biodinâmicos possuem "outra energia", e cada safra reflete as características únicas do ano.

Os espumantes de Françoise Bedel et Fils são importados pela Anima Vinum e têm preços que variam entre R$ 794 e R$ 1500. A produtora enfatiza que seu objetivo é criar vinhos que expressem a singularidade de cada colheita, diferindo das grandes Maisons que buscam manter um perfil de sabor consistente ao longo dos anos.