Vinhos do Etna: a ascensão de rótulos sicilianos entre os mais desejados da Itália

A região aos pés do vulcão Etna, na Sicília, passou por uma transformação significativa em sua produção de vinhos. Anteriormente, com mais de 40 mil hectares de vinhedos, a qualidade era questionável. Atualmente, a área reconhecida para produção é de apenas 1.200 hectares, mas os vinhos tintos e brancos da denominação são agora altamente valorizados, ganhando espaço no mercado brasileiro. O clima peculiar da região, com altitudes entre 400 e 1.000 metros, variação térmica e reflexos solares nas rochas, favorece a maturação das uvas.

Os vinhos do Etna são conhecidos por sua elegância e acidez, sendo comparados a rótulos da Borgonha, na França. A DOC (Denominação de Origem Controlada) exige que os tintos sejam feitos com pelo menos 80% da variedade local Nerello Mascalese e os brancos com 60% da uva Carricante. O crescente interesse global pelos vinhos da região tem atraído a atenção de novos produtores, como Davide Bentivegna, da Etnella, que utiliza técnicas ancestrais de vinificação. Ele possui oito hectares de vinhedos, produzindo 20 mil garrafas anualmente, com foco na preservação das características naturais das uvas.

Bentivegna, que começou a adquirir terras quando a região era menos valorizada, destaca a importância de permitir que a natureza surpreenda na produção de vinhos. Apesar dos riscos associados à atividade vulcânica, como chuvas de cinzas, ele considera o Etna benéfico. Os preços dos vinhos da Etnella refletem sua qualidade, com o rótulo mais acessível custando R$ 564 e o mais caro, R$ 1.128. Outros renomados produtores italianos, como Angelo Gaja, também estão investindo na região, oferecendo rótulos como Idda Etna Bianco e Idda Etna Rosso, ambos vendidos por R$ 988.