- O cessar-fogo entrou em vigor em 27 de novembro de 2024, encerrando o conflito iniciado pelo Hezbollah em outubro de 2023 em solidariedade à ofensiva de Hamas.
- Mesmo com o acordo, ataques israelenses continuam no Líbano; houve a morte do segundo líder do Hezbollah e relatos de ações contra campos de refugiados.
- O governo libanês estuda um plano de desarmar Hezbollah até o fim de 2025, com garantias regionais e pressão internacional.
- Autoridades dos Estados Unidos elogiaram o esforço libanês de desmantelar parte da milícia no sul, enquanto o Exército libanês registra milhares de violações da linha de frente desde o cessar-fogo.
- Analistas destacam a necessidade de tempo e de apoio externo para restabelecer a soberania do Líbano e avançar com um acordo que permita o desarmamento gradual de Hezbollah.
No fim de novembro de 2024, após um cessar-fogo acordado recentemente, dezenas de jovens em scooters retornaram aos arredores de Beirut, ostentando a bandeira amarela de Hezbollah e o gesto de vitória. O conflito com Israel, iniciado em outubro de 2023, permanece ativo em ataques esporádicos, com o grupo chiita não aceitando o desarmamento gradual exigido pelo acordo.
O governo libanês enfrenta pressão interna e internacional para monopolizar as armas, enquanto o Exército trabalha para avançar um plano em várias fases até 2025. Observadores apontam que a cooperação regional é fundamental para dar garantias a esse processo, incluindo envolvimento de potências árabes e de países como EUA, Irã e representantes regionais.
Continuidade dos confrontos e impactos humanos
O ministro da Defesa de Israel afirmou que não haverá calmaria até a garantia da segurança do país, vinculando a situação à desarmadura de Hezbollah. Em território libanês, o alto escalão militar descreve ações israelenses como parte de uma estratégia de contenção e rearmamento do grupo.
No campo humanitário, um ataque a um campo de refugiados no Líbano provocou mortes de civis, segundo informações de organismos internacionais. O total de violações israelenses ao longo do cessar-fogo superou cinco mil, com balanço de centenas de mortes, incluindo civis, segundo fontes de saúde libanesas e números da ONU.
Desarmamento e caminhos para a reconstrução
O governo libanês propõe uma negociação liderada por Beirute para desarmar Hezbollah, com garantias regionais e apoio internacional. Um projeto de desarmamento prevê, primeiramente, o fim do uso de armas ofensivas por Hezbollah no sul do país, com fiscalização e salvaguardas para evitar retrocesso.
Especialistas avaliam que o desfecho depende de acordos entre países parceiros e da disponibilidade de tempo para a implementação, sem pressa que comprometa a estabilidade interna. A ideia é reconstruir o Estado libanês, fortalecendo a soberania e abrindo espaço para um processo político que envolva a milícia, as autoridades e a comunidade internacional.