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Gospel se reinventa no brasil com mercado próprio e já movimenta mais de R$20 bilhões

O estudo Gospel Power aponta o crescimento e as mudanças do cenário evangélico no país, que incluiu o seu papel na economia

Pedro Menezes
Por Revisado por: Luiz Cesar Pimentel
Foto: Reprodução/Bagy

A comunidade evangélica no Brasil passou por mudanças que acompanharam a modernização da sociedade como um todo, enquanto o catolicismo segue identificado com práticas mais conservadoras dentro do cristianismo Além desse movimento de modernização, a religião também vive um crescimento acelerado. O Censo de 2022 mostrou que 56,6% da população se declarou católica e 26,9% […]

A comunidade evangélica no Brasil passou por mudanças que acompanharam a modernização da sociedade como um todo, enquanto o catolicismo segue identificado com práticas mais conservadoras dentro do cristianismo

Além desse movimento de modernização, a religião também vive um crescimento acelerado. O Censo de 2022 mostrou que 56,6% da população se declarou católica e 26,9% evangélica. Projeções indicam que, por volta de 2049, os evangélicos devem ultrapassar os católicos e se tornar o grupo religioso predominante no país

Junto disso, a religião não ficou restrita ao fenômeno social e passou a influenciar a economia ao unir a sensação de pertencimento dos fiéis a marcas e produtos que refletem seus valores e identidade

A compra movida pela fé

De acordo com dados da ABEPROE (Associação Brasileira de Empresas e Profissionais Evangélicos), a comunidade movimenta R$ 21,5 bilhões por ano, valor que supera inclusive o mercado de influenciadores digitais, estimado em cerca de R$ 20 milhões

Isso se explica sobretudo pela identidade do público evangélico, construída e reforçada ao longo dos anos, a ponto de a presença de valores e referências dessa comunidade em produtos ou marcas se tornar um diferencial relevante para as vendas

De acordo com o estudo, 58% dos evangélicos dizem que a fé influencia suas decisões de compra, e a mesma proporção afirma estar disposta a pagar mais por produtos ou marcas que expressem suas ideologias. Hoje, 52% não se sentem bem representados na publicidade e 31% já boicotaram empresas que consideram contrárias aos seus valores

Isso cria um cenário em que o mercado gospel se expande por meio de produtos voltados diretamente ao público evangélico ou alinhados aos seus valores, tornando-se referência de representação, influenciando as escolhas de consumo desse grupo e fortalecendo a presença das marcas nesse segmento

Além disso, a pesquisa aponta pilares que definem a religião hoje e sua influência no comportamento, na estética e até na visão política. Um desses pontos é o consumo, já que a fé orienta essas escolhas e sustenta um mercado próprio voltado para quem compartilha esse conjunto de valores

A transformação do movimento evangélico em uma religião descolada

A religião evangélica também ganhou espaço ao adotar uma imagem mais “cool” aos olhos da sociedade, com cultos mais descolados, pastores com roupas comuns e uma linguagem próxima do público, o que reduz barreiras hierárquicas e facilita a identificação dos fiéis com seus líderes

Isso influencia não só o mercado ligado à religião, que hoje alcança um público mais jovem, como também a forma de disseminar a fé, agora mais simples, dinâmica e cada vez mais presente no ambiente digital. Ir à igreja deixou de ser a única opção: influenciadores evangélicos se comunicam tanto na linguagem descolada dos jovens quanto na mais conservadora e adulta, acessíveis com poucos toques

Isso também impacta a demografia da religião, hoje marcada pela presença de jovens, que representam 60,5% da comunidade. Eles são atraídos por iniciativas como as churches — igrejas mais descoladas, de visual moderno e paredes escuras — que se alinham ao estilo de vida desse público, oferecem mais flexibilidade na forma de se vestir e adotam uma linguagem que, para eles, facilita a aproximação com Deus

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