O Estado do Rio de Janeiro registrou 21 crianças baleadas em 2024, conforme levantamento do Instituto Fogo Cruzado. Entre 1 de janeiro e 6 de dezembro, foram três mortes e dezoito feridos entre crianças, além de 34 adolescentes baleados, com 16 mortos e 18 feridos. O caso mais recente é o da menina Kamila Vitória Aparecida de Souza Silva, de 12 anos, que foi atingida em um tiroteio na Favela do Guarda, em Del Castilho, na noite de quinta-feira (5). Kamila brincava com amigos quando o confronto começou. Seu pai, Sandro Alves Silva, tentou alertá-la, mas não conseguiu chegar a tempo.

A violência no Rio de Janeiro, embora alarmante, apresentou uma leve redução em comparação a 2023, quando 24 crianças foram baleadas, resultando em nove mortes. O número de crianças mortas por disparos caiu 66% em um ano. Para os adolescentes, em 2023, foram 42 baleados, com 22 mortos, enquanto em 2024, o total foi de 34 baleados. O Instituto Fogo Cruzado também destacou que, em 2024, 55 crianças e adolescentes foram baleados, com 19 mortes, representando uma queda de 16% em relação ao ano anterior.

Kamila foi socorrida e levada ao Hospital Municipal Salgado Filho, mas não resistiu aos ferimentos. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso, buscando identificar a origem do disparo. O pai da menina lamentou a perda, ressaltando que ela era uma aluna dedicada e estava animada para participar de um campeonato de vôlei. O sepultamento ocorreu no sábado (7), em um clima de dor e comoção, com familiares e amigos prestando homenagens.

Além do caso de Kamila, outras crianças também foram vítimas de violência no Rio. Na Gardênia Azul, uma menina de 5 anos e um menino de 10 foram baleados em um ataque que pode estar relacionado a disputas territoriais entre milícias. O aumento da violência armada na região tem gerado preocupação, com relatos de confrontos frequentes entre facções criminosas. A situação continua a ser monitorada pelas autoridades, que buscam soluções para proteger a população, especialmente as crianças.