Filha de Dominique Pelicot processa pai por suposta violação após julgamento de agressões

O julgamento de Dominique Pelicot, acusado de drogar sua esposa para que estranhos a violassem, foi encerrado em dezembro com a máxima pena para ele. Outros homens envolvidos também receberam sentenças variando conforme sua participação nas agressões. A vítima, Gisèle Pelicot, aceitou o desfecho, apesar da apelação de alguns condenados. No entanto, sua filha, Caroline Darian, expressou insatisfação, pois encontrou fotos de si mesma em estado de aparente submissão química entre os materiais do pai, acreditando que também foi vítima de abuso.

Darian, que lançou um livro em janeiro, criticou em entrevista que seu caso não foi devidamente esclarecido, já que o julgamento focou na divulgação de suas fotos e não nas alegações de abuso. Ela afirmou que as imagens, recuperadas pela polícia, mostravam sua vulnerabilidade e questionou por que o pai as havia apagado. Para buscar respostas, decidiu processá-lo e retornar aos tribunais, afirmando ter sido vítima de violações, o que foi negado por Pelicot durante o julgamento.

Durante o processo, Darian se uniu à defesa de sua mãe, mas preferiria ter outros advogados. Em entrevista, comentou sobre a atuação dos defensores: “Defenderam muito bem a Gisèle”. Além de Pelicot, o julgamento em Aviñón resultou em condenações para outros cinquenta acusados de agredir Gisèle enquanto ela estava sob efeito de drogas. Desses, dezessete apelaram, mas Pelicot não está entre eles e comparecerá apenas como testemunha no novo julgamento.

O processo de apelação ocorrerá de 6 a 21 de outubro em Nîmes, no sul da França. A situação continua a gerar repercussão, com Darian buscando justiça e respostas para suas experiências traumáticas.