- O Prêmio Nobel de Medicina de 2025 foi concedido a Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi por descobertas sobre células que protegem tecidos saudáveis do ataque do sistema imunológico.
- O anúncio foi feito pelo Instituto Karolinska, na Suécia, e os laureados dividirão o prêmio de 11 milhões de coroas suecas, aproximadamente R$ 6,2 milhões.
- As pesquisas elucidiram o mecanismo da tolerância imunológica periférica, essencial para evitar autoataques do corpo.
- As descobertas têm impacto no tratamento de doenças autoimunes e câncer, com mais de 200 investigações clínicas em andamento sobre células T reguladoras.
- O reconhecimento pode incentivar pesquisas no Brasil e facilitar o financiamento de novas terapias, destacando a importância das descobertas para a saúde pública.
O Prêmio Nobel de Medicina de 2025 foi concedido a Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi por suas descobertas sobre células que impedem o ataque do sistema imunológico a tecidos saudáveis. O anúncio foi feito pelo Instituto Karolinska, na Suécia, nesta segunda-feira (6). Os laureados dividirão o prêmio de 11 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 6,2 milhões.
As pesquisas dos cientistas elucidiram o mecanismo da tolerância imunológica periférica, fundamental para entender como o corpo evita autoataques. Mary Brunkow, doutora pela Universidade de Princeton, e Fred Ramsdell, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, descobriram, em 2001, que mutações no gene FOXP3 estão ligadas a doenças autoimunes. Shimon Sakaguchi, por sua vez, identificou as células T reguladoras, que atuam como guardiãs do sistema imunológico.
Avanços na Imunologia
As descobertas têm implicações significativas para o tratamento de doenças autoimunes e câncer. A tolerância periférica atua como uma segunda linha de defesa, controlando respostas imunes exageradas. O pesquisador Helder Veras Ribeiro Filho destaca que esse mecanismo é crucial para evitar que células de defesa ataquem estruturas saudáveis.
Os estudos em torno das células T reguladoras geraram mais de 200 investigações clínicas sobre como manipulá-las para tratamentos eficazes. Ana Maria Caetano Faria, professora da UFMG, observa que muitos pacientes com doenças autoimunes apresentam defeitos na formação dessas células, o que orienta o desenvolvimento de novas terapias.
Implicações para o Futuro
O reconhecimento do Nobel pode estimular pesquisas no Brasil e facilitar o financiamento de novas terapias. Ana Faria enfatiza que o prêmio pode chamar atenção para áreas estratégicas da ciência, incentivando o desenvolvimento de tecnologias acessíveis pelo SUS. Grupos de pesquisa no país já estão explorando a atuação das células T reguladoras em transplantes, destacando a relevância dessas descobertas para a saúde pública.
O trabalho dos laureados não apenas avançou a compreensão do sistema imunológico, mas também abriu portas para novas abordagens terapêuticas, prometendo um futuro mais promissor no combate a doenças autoimunes e câncer.