- O Prêmio Nobel de Química de 2025 foi concedido em 8 de outubro a Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar M. Yaghi por suas contribuições ao desenvolvimento das metal-organic frameworks (MOFs).
- As MOFs são estruturas ultraporosas com aplicações em armazenamento de gases, purificação de água e captura de poluentes, e o prêmio deve aumentar o interesse e investimento em pesquisas nesse campo, especialmente no Brasil.
- Os laureados compartilharão 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 6,2 milhões).
- Richard Robson criou a primeira MOF em 1989, enquanto Susumu Kitagawa demonstrou sua estabilidade e reutilização, e Omar Yaghi introduziu a MOF-5, revolucionando a química reticular.
- As MOFs têm potencial para armazenar hidrogênio, remover poluentes da água e coletar água do ar, e pesquisadores brasileiros esperam que o reconhecimento internacional atraia mais investimentos para essa área.
O Prêmio Nobel de Química de 2025 foi concedido em 8 de outubro a Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar M. Yaghi por suas contribuições ao desenvolvimento das metal-organic frameworks (MOFs). Essas estruturas ultraporosas têm aplicações significativas, como armazenamento de gases, purificação de água e captura de poluentes, e o prêmio deve aumentar o interesse e investimento em pesquisas na área, especialmente no Brasil.
Os laureados, com idades entre 60 e 87 anos, compartilharão 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 6,2 milhões). As MOFs são comparadas a uma bolsa mágica, como a de Hermione Granger, pois, apesar de pequenas externamente, possuem vastos espaços internos que podem ser utilizados para diversas aplicações. Essa inovação é considerada uma das mais importantes na química contemporânea.
Richard Robson foi pioneiro ao criar a primeira MOF em 1989, ao desenvolver uma rede tridimensional de cobre e moléculas orgânicas. Susumu Kitagawa avançou o conceito ao demonstrar a estabilidade e reutilização das MOFs, enquanto Omar Yaghi introduziu a MOF-5, um material icônico que revolucionou a química reticular. Essas estruturas são altamente versáteis e podem ser ajustadas para diferentes finalidades, como a captura de dióxido de carbono e a purificação de água.
Impacto e Futuro das MOFs
As MOFs têm um impacto crescente em várias áreas. Elas são capazes de armazenar hidrogênio e metano, remover poluentes persistentes da água e até coletar água do ar em regiões áridas. O prêmio Nobel deve impulsionar a pesquisa sobre MOFs no Brasil, onde a participação no campo ainda é modesta, representando apenas 0,6% dos artigos publicados até 2025.
Pesquisadores brasileiros, como Pedro Andrade da UFMG, destacam a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para avançar na área. Em setembro, foi realizado o Primeiro Encontro Brasileiro de MOFs, promovendo colaborações entre instituições. A expectativa é que o reconhecimento internacional atraia mais investimentos e atenção para essa área promissora da ciência.