- O Sherbro River Estuary Project, na ilha de Sherbro, Sierra Leoa, foi lançado envolvendo 124 comunidades; a primeira área abrange cerca de 13 mil hectares.
- O financiamento vem da venda de créditos de carbono no mercado voluntário; as comunidades receberão 40% das receitas brutas, a West Africa Blue entre 45% e 52,5% e o governo de Sierra Leoa entre 7,5% e 15%.
- O objetivo é conservar e restaurar manguezais para reduzir ou evitar emissões de carbono, com potencial de reduzir ou remover mais de 3 milhões de toneladas de CO₂ equivalente ao longo da vida do projeto; o plano é expandir para aproximadamente 94 mil hectares em quatro áreas até 2026.
- A visão é que os créditos sejam vendidos até o final de 2026; pagamentos às comunidades devem ocorrer em até 45 dias após cada venda, com termos financeiros transparentes e comprovantes compartilhados.
- A participação local inclui a ONG Namati, que apoia as comunidades; medidas já em prática incluem fogões mais eficientes que reduzem o uso de madeira de mangue.
O projeto Sherbro River Estuary, na ilha de Sherbro, Sierra Leoa, visa transformar manguezais em compensação de carbono por meio de créditos voluntários. A iniciativa envolve 124 comunidades locais e ocorre após acordo firmado em outubro com a empresa West Africa Blue, com sede na Maurícia.
Os ganhos do projeto são condicionados à proteção e restauração dos manguezais. As receitas virão da venda de créditos de carbono no mercado voluntário, com o dinheiro dividido entre as comunidades, a empresa e o governo de Sierra Leoa. O objetivo é manter o equilíbrio ecológico enquanto geram renda.
A primeira área do projeto abrange cerca de 13 mil hectares. Quando as demais áreas forem incluídas, a extensão total poderá chegar a 94 mil hectares. A estimativa é de redução ou remoção de mais de 3 milhões de toneladas de CO₂ equivalente ao longo de sua vida.
Estrutura financeira e participação
As comunidades de Sherbro devem receber 40% das receitas brutas, a West Africa Blue fica com 45% a 52,5% e o governo local, entre 7,5% e 15%. A distribuição busca transparência, com recibos e informações sobre compradores disponíveis aos moradores.
Implementação e método
O projeto utiliza padrões reconhecidos por organizações internacionais, como Plan Vivo e Verra, para certificar créditos e auditar resultados. A Verra anunciou, em dezembro, uma atualização de padrões com participação de sociedade civil.
A parceria envolve supervisão de organizações da sociedade civil, como Namati, atuando como facilitadora para que as comunidades compreendam os termos e os impactos. A participação busca reduzir riscos de exploração e ampliar benefícios locais.
Impactos locais e perspectivas
Entre as ações já em andamento estão cookstoves mais eficientes, com menor consumo de madeira e fogo. A implantação visa reduzir desmatamento de manguezais e melhorar condições de vida na região.
Líderes comunitários destacam a importância de participação local e de linguagem acessível, com treinamentos para coordenadores. O objetivo é manter o engajamento e ampliar benefícios sociais, econômicos e ambientais.
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