- O ciclone Ditwah causou deslizamentos, enchentes rápidas e danos à infraestrutura no planalto central do Sri Lanka, interrompendo a alta temporada de turismo de natureza.
- Áreas protegidas, como Knuckles Conservation Forest, Horton Plains National Park e Peak Wilderness, foram atingidas, com estradas danificadas isolando comunidades que vivem do ecoturismo.
- Ella teve cancelamentos em massa e a rota férrea Colombo–Kandy–Ella–Badulla sofreu severos impactos; a recuperação pode levar até dezoito meses.
- Subidas a pontos como Adam’s Peak foram desaconselhadas por risco de novos deslizamentos; a poluição por plástico no trilho eleva a instabilidade das encostas.
- Os Jardins Botânicos Reais de Peradeniya tiveram danos estimados em 120 milhões de rúpias sri-lankanesas, incluindo a ponte suspensa sobre o rio Mahaweli e a estufa de orquídeas.
O ciclone Ditwah atingiu a região de alta elevação do Sri Lanka, conhecida pela natureza e turismo de ecoturismo. Landslides, enxurradas rápidas e infraestrutura danificada interromperam a alta temporada e colocaram em xeque a resiliência dos ecossistemas frente ao clima extremo.
A área central, com montanhas, cachoeiras, florestas de nuvens e áreas protegidas, abriga importantes sítios da UNESCO, como Knuckles, Horton Plains e Peak Wilderness. Milhares de visitantes devem reduzir planos, afetando renda local.
A temporada de dezembro a março, tradicionalmente cheia, foi impactada. Em Ella, estradas de acesso foram danificadas e houve cancelamentos generalizados após chuvas intensas. Com o afastamento de turistas, famílias locais perderam renda anual.
A mobilidade regional também sofreu: uma das rotas de trem mais cênicas, Colombo-Kandy-Ella-Badulla, ficou suspendida. De acordo com o vice-ministro dos Transportes, a restauração pode levar até 18 meses, prejudicando o turismo nas elevações.
Autoridades emitiram avisos para evitar a escalada de picos, como Adam’s Peak, após deslizamentos nas trilhas de acesso. Observadores apontam que o peso de milhares de fiéis pode provocar novos deslizamentos, especialmente com poluição na trilha.
Nadeera Weerasinghe, naturalista, apontou sensibilidade de ecossistemas de encosta a chuvas intensas. A recuperação pode levar anos, com riscos de alterações permanentes no relevo, segundo ele, que ainda citou tensões entre interesses locais e proteção ambiental.
A rede de trilhas Pekoe, que liga a região central aos pinhais, também teve trechos fechados. Organizadores afirmam que algumas partes já estão abertas e outras devem retornar, com impactos diretos sobre comunidades que dependem do turismo.
No Hortons Plains, o parque tem registrado interrupções por estradas danificadas, ainda que a gestão tenha autorizado circulação temporária em algumas rotas. A Peradeniya também sofreu com danos na infraestrutura, sobretudo no setor de orquídeas.
Struggle for recovery
O Knuckles Conservation Forest sofreu deslizamentos intensos, isolando comunidades vizinhas. Estradas danificadas cortaram o acesso a guias, homestays e serviços de apoio ao ecoturismo, agravando a vulnerabilidade local.
Especialistas destacam que o ecoturismo tem papel estratégico na conservação, mas revela fragilidade diante de eventos climáticos extremos. A recuperação exige planejamento cuidadoso para evitar prejuízos à biodiversidade.
A Royal Botanical Gardens de Peradeniya sofreu alagamentos significativos. Jardins, canteiros e a ponte suspensa foram danificados, com custos estimados em cerca de 120 milhões de rúpias sri lankaenses (aprox. 388 mil dólares).
Botanical heritage submerged
A região cenográfica do alto planalto atraía visitantes para caminhadas, observação de flores sazonais e turismo de natureza. Com estradas bloqueadas e inundações, a recuperação de longo prazo depende de investimentos em infraestrutura resistente e manejo ambiental.
A indústria de turismo de natureza permanece como motor econômico local, mas requer adaptação a riscos climáticos crescentes. Especialistas lembram que a proteção de ecossistemas é essencial para a sustentabilidade do setor no Sri Lanka.
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