- Em 2025, cortes de financiamento dos Estados Unidos para conservação interromperam ações na região, afetando desde a prevenção do tráfico de vida silvestre até reflorestamento, pesquisas no Mekong e cobertura ambiental na Indonésia.
- Inundações mortais entre novembro e dezembro, associadas ao Ciclone Senyar e ao aquecimento global, elevaram custos humanos e econômicos e complicaram a transição energética.
- A matriz energética regional segue dependente de fósseis: Indonésia amplia a geração de carvão, Tailândia mantém grande Usina termelétrica a carvão e Laos investe em hidrelétrica, com impactos sobre florestas e biodiversidade.
- A expansão de mineração, incluindo terras raras e níquel para tecnologia verde, é associada a desmatamento, poluição de rios e impactos transfronteiriços, afetando comunidades locais.
- Apesar dos desafios, foram identificadas novas populações de espécies e iniciativas de restauração de recifes, manguezais e florestas, com participação comunitária fortalecendo a conservação.
O ano de 2025 foi marcado por enchentes fatais no Sudeste Asiático, acompanhadas de expansão de combustíveis fósseis e um novo ciclo de mineração. O impacto tem relação com mudanças climáticas, políticas de financiamento externo e pressões sobre ecossistemas frágeis da região.
Entre novembro e dezembro, mais de 1.800 pessoas morreram na Indonésia, Malásia, Tailândia e Sri Lanka devido inundações extremas vinculadas a ciclones e Monções intensificadas. Equipes humanitárias trabalham para aumentar a assistência e o abastecimento básico.
A região registrou quedas e pressões em comunidades ribeirinhas, com impactos também na fauna. Em áreas protegidas, a fiscalização enfrenta desafios de enforcement, agravando riscos de degradação de habitats e conflitos com povos originários.
Desafios energéticos e mineração
Apesar de planos de transição energética, vários países mantiveram Power mix dependente de carvão. Indonésia autorizou ampliações na mineração e permitiu atuação de novos atores, elevando preocupações sobre desmatamento e poluição. Na região, hidrelétricas também alteram cursos de rios e habitats.
Laos busca ser o “baterias da ASEAN”, mas barragens modificam a hidrografia do Mekong. Indonésia, Laos e Myanmar intensificaram mineração de terras raras, com impactos em rios transfronteiriços e vulnerabilidade ambiental. Em paralelo, o abastecimento de energia ainda depende de fontes fósseis em países vizinhos.
Florestas, áreas protegidas e biodiversidade
Dados do Global Forest Watch indicam redução de cobertura florestal em áreas da região, com quase 1 milhão de hectares perdidos entre Cambodja, Laos, Myanmar, Tailândia e Vietnã em 2024. A proteção de áreas naturais, por si só, não tem freado a perda de espécies.
Verificam-se impactos em espécies críticas, entre elas orangotangos de Tapanuli e rinocerontes asiáticos. A mortalidade de espécies animais silvestres cresce com desmatamento, caça furtiva e comércio ilegal, alimentados por cadeias de demanda externas à região.
Esperança e ações locais
Apesar dos desafios, foram observadas ações positivas. Descobertas de populações de espécies ameaçadas em Sumatra e Vietnã demonstram que há reservas de biodiversidade ainda por preservar. Programas locais envolvendo comunidades ajudam em restaurações de manguezais, reflorestamento e manejo de queimadas.
Projetos de restauração de tubarões e de habitats marinhos ganham impulso no território, com participação de estudantes e comunidades. Em Tacloban, comunidades locais replantaram manguezais para proteger costas após tempestades, fortalecendo proteção natural.
Perspectivas para o futuro
Estudos indicam que preservar manguezais e turfeiras pode reduzir significativamente emissões de uso da terra, contribuindo com metas climáticas globais. A colaboração entre governo, comunidades e setores privados continua sendo essencial para equilíbrio entre conservação e desenvolvimento.
Governos da região precisam ampliar políticas inclusivas que associem conservação a meios de subsistência locais, conectividade de habitats e governança florestal. Isso é crucial para avanços na transição energética sem comprometer ecossistemas e comunidades.
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