O Brasil enfrentou um aumento significativo nos pedidos de recuperação judicial em 2024, com um crescimento de 61,8% em relação ao ano anterior, conforme dados da Serasa Experian. O Banco Central deve elevar a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, o que intensifica a pressão sobre empresas já endividadas e que dependem de […]
O Brasil enfrentou um aumento significativo nos pedidos de recuperação judicial em 2024, com um crescimento de 61,8% em relação ao ano anterior, conforme dados da Serasa Experian. O Banco Central deve elevar a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, o que intensifica a pressão sobre empresas já endividadas e que dependem de um ambiente econômico favorável para operar. Esse cenário pode desestimular investidores no crédito privado, onde empresas não financeiras emitem títulos como debêntures, CRIs e CRAs para financiar suas operações.
Apesar do aumento nos pedidos de recuperação judicial, a proporção de empresas que utilizam esse recurso permanece baixa, subindo de 0,0004% em 2015 para 0,01% em 2024. Um relatório da XP destaca que as grandes empresas são minoria nos pedidos, com uma média de 15 solicitações mensais desde 2015, em comparação com 51 de micro, pequenas e médias empresas. Essa estatística é relevante, pois as grandes companhias geralmente têm mais acesso ao mercado de capitais e, portanto, mais opções para enfrentar crises financeiras.
As agências de classificação de risco, como S&P, Moody’s e Fitch, indicam que sinais de deterioração no risco de crédito costumam aparecer antes da inadimplência. Um estudo da S&P Global revelou que o rating mediano de uma empresa que entrou em default era B+ sete anos antes do calote, caindo para B- oito meses antes e para CCC no mês anterior. A Americanas, que teve um calote enquanto possuía nota AAA, é um caso atípico, pois sua deterioração não seguiu o padrão comum de problemas financeiros.
A XP recomenda cautela na escolha de ativos de crédito privado, especialmente em um cenário macroeconômico desafiador. Sugere limitar a exposição ao crédito privado a 20% do portfólio e não alocar mais de 5% em um único título. As especialistas Camilla Dolle e Mayara Rodrigues enfatizam que, com o conhecimento adequado, o crédito privado pode ser uma alternativa rentável dentro da renda fixa, equilibrando risco e retorno.
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