Tatiana Rosito, do Ministério da Fazenda, disse que a presidência do Brasil no Brics não tem como objetivo desdolarizar a economia global. Ela explicou que a intenção é aumentar o uso de moedas locais nas transações entre os países do bloco, visando reduzir custos, e não substituir o dólar de forma rápida. A declaração foi feita em resposta a ameaças do ex-presidente americano Donald Trump sobre tarifas para países do Brics que tentem criar uma moeda própria. Rosito também afirmou que não está em discussão a criação de uma moeda unificada. O foco é incentivar o uso das moedas locais, como o renminbi da China, que já é usado em 30% das transações com outros países asiáticos. A presidência brasileira busca facilitar o comércio e investimento entre os membros do Brics, promovendo inovações nos sistemas de pagamento. Rosito citou o Pix como um exemplo de soberania digital e mencionou novas tecnologias, como moedas digitais. O Brics inclui Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul e novos membros como Egito e Arábia Saudita, representando 25% das exportações globais.
Brasil prioriza comércio em moedas locais no Brics, sem focar em desdolarização
A secretária de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, declarou que a presidência brasileira do Brics não tem como objetivo a desdolarização da economia global. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, 24, em resposta a questionamentos sobre o tema.
Segundo Rosito, as iniciativas do Brics visam aumentar o uso de moedas locais nas transações financeiras entre os países membros. A intenção é reduzir custos e não substituir o dólar de forma abrupta.
A declaração ocorre em meio a ameaças do ex-presidente americano Donald Trump de aplicar tarifas de 100% sobre países do Brics caso criem uma moeda própria. Rosito reiterou que a criação de uma moeda unificada não está em discussão no grupo.
O foco atual é incentivar o uso das moedas locais nas transações intrabloco. A secretária ressaltou que a China, por exemplo, busca ampliar o uso do seu renminbi no comércio, que atualmente representa 30% das transações, principalmente com outros países asiáticos.
A presidência brasileira do Brics tem como um dos objetivos facilitar o comércio e o investimento entre os membros. A meta é fortalecer a integração econômica por meio de inovações nos sistemas de pagamento e interoperabilidade dos mercados financeiros.
Rosito mencionou o Pix como um exemplo de soberania digital e quebra de duopólio. A discussão sobre o uso de moedas locais também abrange novas tecnologias, como moedas digitais e o compartilhamento de experiências, como o Drex, do Banco Central.
O Brics é composto pelos cinco países fundadores (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) e pelos novos integrantes Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Etiópia e Indonésia. O bloco representa 25% das exportações globais, com a China respondendo por 14% ou 15% desse total.