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A exploração de petróleo aumenta PIB, mas também a violência em municípios produtores

Crescimento econômico em municípios produtores de petróleo no Brasil coincide com aumento alarmante da violência, revela estudo.

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
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O crescimento da produção de petróleo no Brasil nos anos 2000 trouxe resultados inesperados. Embora os municípios produtores tenham melhorado economicamente, a violência aumentou, especialmente nas cidades próximas aos campos de extração. Um estudo analisou dados de 1997 a 2016 e mostrou que, em Campos dos Goytacazes, os homicídios subiram 123%, de 122 para 272 por ano, enquanto a população cresceu 24%. O estudo, realizado por pesquisadores do Insper e da USP, destacou que o PIB dos municípios produtores cresceu cerca de 100% mais do que os não produtores. O aumento da criminalidade pode ser explicado pela urbanização desordenada e pela falta de infraestrutura pública para atender ao crescimento populacional. Além disso, a exploração de petróleo atraiu muitos jovens do sexo masculino, que têm maior propensão a se envolver com crimes, e o aumento da renda também facilitou atividades ilegais, como o tráfico de drogas. A desigualdade entre trabalhadores formais e informais também aumentou. Apesar do crescimento da produção de petróleo, que fez o Brasil se tornar o oitavo maior produtor do mundo, a queda nos preços a partir de 2013 afetou essa dinâmica. A exploração se concentrou na região Sudeste, e novas áreas, como a Margem Equatorial, estão sendo consideradas para futuras explorações. O Ibama já autorizou etapas para a exploração na bacia da Foz do Rio Amazonas, com a Petrobras se preparando para iniciar os trabalhos na região.

O boom da produção de petróleo no Brasil, que começou nos anos 2000, trouxe um crescimento econômico significativo para os municípios produtores, mas também resultou em um aumento alarmante da violência. Um estudo de Rodrigo Soares, do Insper, e Danilo Souza, da Universidade de São Paulo (USP), analisou dados de 1997 a 2016 e revelou que homicídios em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, aumentaram 123%, passando de 122 para 272 casos anuais.

Os pesquisadores observaram que, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios produtores cresceu cerca de 100% mais rápido do que os não produtores, a urbanização desordenada e o aumento populacional contribuíram para a deterioração da segurança pública. Soares destacou que a infraestrutura pública não se adapta rapidamente a essas mudanças, resultando em um colapso temporário nos serviços essenciais.

Fatores Contribuintes

A exploração de petróleo atraiu uma mão de obra jovem e masculina, frequentemente mais vulnerável à criminalidade. O aumento da renda também facilitou o crescimento de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas. O estudo aponta que a desigualdade entre trabalhadores formais e informais aumentou, exacerbando a situação.

Entre 2004 e 2013, o preço do barril de petróleo subiu 210%, mas caiu drasticamente após 2013, o que impactou negativamente a economia local. O Brasil, que em 1990 respondia por 1,5% da produção mundial de petróleo, alcançou 4% em 2020, tornando-se o oitavo maior produtor global.

Novas Fronteiras

Atualmente, o Brasil produz 3,6 milhões de barris por dia, com a expectativa de atingir 5,3 milhões até 2030. A exploração se concentra na região Sudeste, especialmente no pré-sal. Recentemente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou a Petrobras a avançar na exploração da bacia da Foz do Rio Amazonas, com a chegada de uma sonda perfuradora e embarcações de contenção de vazamentos.

Os pesquisadores alertam que a expansão da produção de petróleo deve ser acompanhada de uma preocupação com a sustentabilidade e a redução da pegada de carbono. A diversificação geográfica na exploração pode ajudar a mitigar os impactos sociais e ambientais associados a essa atividade.

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