- O Copom deve manter a Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira, marcando a quarta manutenção seguida, conforme expectativa de economistas.
- O mercado está dividido sobre o início de cortes: a maioria aponta março de 2026, com redução para 14,5%, enquanto alguns citam janeiro de 2026.
- O debate envolve o impacto da inflação e a desaceleração da atividade, com cautela devido a fatores como risco fiscal e projeções acima das metas.
- Instituições ouvidas comentam que a estratégia de manter a taxa pode continuar, mas com sinais de paciência até que dados de inflação, atividade e expectativas se apresentem de forma consistente.
- Perspectivas variam: Itaú projeta início dos cortes em janeiro de 2026 (0,25 ponto), Blue3 enfatiza a cautela por inflação acima das metas, e C6 Bank aponta março de 2026 como início, com o ciclo levando a 13% no fim de 2026.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (10) para decidir a nova taxa básica de juros, a Selic, que está em 15% ao ano. A expectativa é de manutenção do patamar, marcando a quarta estabilização consecutiva. O anúncio sairá após as 18h.
Analistas afirmam que o cenário continua incerto quanto ao momento de iniciar cortes. Muitos projetam a primeira redução em março de 2026, com a possibilidade de janeiro ainda ser ventilado por parte do mercado. Recomendações de Itaú, Blue3 e C6 Bank destacam cautela diante de risco fiscal e pressões de inflação futuras.
O Copom mantém a lógica de metas de inflação para orientar o caminho da política. Dados recentes indicam controle de núcleo inflacionário, mas a inflação geral ainda preocupa produtores e consumidores, mantendo o cenário de vigilância para próximos passos.
Expectativas e cenário divulgado pelo mercado
De acordo com o Itaú, embora haja melhora na inflação e sinais de desaceleração da atividade, a taxa deve permanecer em 15% na reunião de hoje, com o cenário ainda dependente de dados de atividade, inflação, expectativas e projeções. A instituição aponta que a curva de cortes deve depender dessas variáveis.
Para José Aureo Viana, da Blue3 Investimentos, a leitura é de que o BC deve manter o juro estável nesta semana, reconhecendo a desaceleração da atividade e o alívio inflacionário, mas pressionado pelo risco fiscal. A aposta é de que o ciclo de cortes comece apenas em março, com pressão por condições externas.
O C6 Bank sustenta que, apesar da inflação recente ter melhorado, o BC pode conservar o juro em 15% e justificar a decisão pela inflação projetada acima das metas nos próximos anos, pela resiliência da atividade e por pressões no mercado de trabalho. A instituição sinaliza avanço no cenário prospectivo, mantendo prudência para 2026.
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