- A primeira-ministra Sanae Takaichi propôs um pacote de gastos de 21 trilhões de ienes, com subsídios e transferências, e investimentos seletivos em semicondutores e construção naval.
- O objetivo é enfrentar a inflação via políticas fiscais, aumentar o crescimento e elevar a receita pública, mas aumenta a incerteza para investidores internacionais.
- O pacote prioriza auxílio às pessoas para lidar com preços altos, incluindo subsídios para energia e gás e pagamento em dinheiro para famílias com filhos. A inflação está em torno de três por cento, com alimentos mais caros (arroz +40,2%)
- Há expectativa de ajuste da política do Banco do Japão, com possível alta da taxa de curto prazo para 0,75% na reunião de 18 a 19 de dezembro, impactando o mercado de bonds.
- Historicamente, a dívida pública do Japão é muito alta, mas o peso líquido é reduzido por ativos do governo e dívida interna; permanecem dúvidas sobre a eficácia de estímulos fiscais anteriores.
Recentemente eleita primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi apresentou um pacote de gastos de 21 trilhões de ienes. A proposta inclui subsídios, transferências a famílias e investimentos seletivos para setores como semicondutores e construção naval, com foco em enfrentar o avanço da inflação por meio de políticas fiscais.
O plano visa transformar a estratégia de crescimento, prometendo elevar a receita por meio de maior atividade econômica. Takaichi sustenta que, à medida que a economia se robustecer, a dívida pública tende a recuar em relação ao PIB. A medida, porém, aumenta a incerteza entre investidores.
O histórico japonês de endividamento é marcado por altas cifras, com dívida pública acima de 250% do PIB em décadas recentes. A maior parte é interna, o que reduz vulnerabilidade a portadores estrangeiros, embora gere pressões de custos para consumidores.
Contexto fiscal e inflação
A inflação no país tem ficado ao redor de 3%, com impacto maior em alimentos. Dados de novembro indicam alta de 6,4% nesses itens, e arroz teve alta de 40,2%. O pacote de Takaichi propõe subsidios para energia e apoio direto a famílias com filhos, buscando aliviar o custo de vida.
Impacto nos mercados e no BoJ
Especialistas destacam que a medida pode acionar volatilidade em mercados de dívida e testar a política do Banco do Japão. A instituição é esperada para elevar a taxa de juros de curto prazo em 0,25 ponto, chegando a 0,75%, entre 18 e 19 de dezembro, segundo rumores.
Perspectivas e críticas
Críticos questionam a eficácia de pacotes fiscais para estimular crescimento sem ampliar a dívida. Economistas destacam riscos de desvalorizar o iene e de gerar pressões inflacionárias adicionais, o que pode anular parte das ações de combate à inflação.
Relação com experiências passadas
Atenção é voltada para precedentes de estímulo fiscal, especialmente ações de infraestrutura nos anos 1990, que não asseguraram maior crescimento estrutural. Analistas comparam as propostas de Takaichi a episódios de políticas de estímulo em economias avançadas.
Dinâmica doméstica e expectativas
Takaichi argumenta que maior crescimento eleva receitas fiscais e melhora a sustentabilidade da dívida pública. Observadores ressaltam que parte do apoio público se concentra em alívio imediato para preços elevados, não em medidas estruturais contra a inflação.
Contexto internacional
Investidores estrangeiros permanecem cautelosos diante de um cenário de maior gastos, com possíveis impactos sobre fluxos de capitais. O mercado de bonds japonês mostra sinais de volatilidade, sem perspectiva de venda maciça a curto prazo.
Conclusão parcial
Com a proposta, o governo japonês sinaliza uma resposta agressiva à inflação, apoiada por subsídios e investimentos estratégicos. O êxito dependerá de resultados econômicos, credibilidade fiscal e da atuação do BoJ nas próximas semanas.
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