- Hasbro e Mattel disputam espaço não apenas no Natal, mas também no radar de investidores, com resultados mistos e planos de transformação.
- No terceiro trimestre de 2025, Mattel reportou receita de US$ 1,736 bilhão (queda de 6%); Hasbro teve US$ 1,39 bilhão (alta de 8%), influenciados por atrasos de pedidos de Walmart e Target devido a tarifas.
- O mercado avalia as duas de forma diferente: Mattel negocia a US$ 20,46 com alvo de US$ 23,50 (potencial de +14,9%), enquanto Hasbro está em torno de US$ 82,03 com alvo de US$ 91,57 (potencial de +11,6%).
- A Hasbro mantém lucratividade elevada (ROE de 86,9%) e paga dividendos de 3,4%; a Mattel não oferece dividendos atualmente e tem ROE de 31%.
- Para 2026, a Mattel aposta em novas franquias e licenciamento global, além de dois jogos mobile autopublicados; a Hasbro mira expansão da Wizards of the Coast e lançamentos AAA, com Exodus como marco.
A disputa entre Hasbro e Mattel vai além das compras de Natal. Duas empresas tradicionais do setor avaliam números, cadeias de suprimentos e estratégias para diversificar além de brinquedos, com foco em entretenimento digital e licenciamento. Analistas observam avanços distintos em lucratividade e portfólio.
No terceiro trimestre de 2025, a Mattel teve receitas de 1,736 bilhão de dólares, queda de 6% frente ao ano anterior. A Hasbro registrou 1,39 bilhão, alta de 8%. Ambos enfrentaram atrasos nos pedidos de Walmart e Target, importantes canais de distribuição.
A queda de demanda e as tarifas impactaram os estoques e o ritmo de pedidos, segundo analistas da Bloomberg Intelligence. Atrasos levaram varejistas a remanejar volumes para o quarto trimestre, elevando incertezas sobre a temporada de fim de ano.
Múltiplos, retornos e preferências de mercado
A Mattel opera com P/L de 11,7 vezes e EV/EBITDA de 7,9. A Hasbro marca 15,6 vezes no P/L e EV/EBITDA de 10,7. O ROE da Hasbro é 86,9%, ante 31% da Mattel, que não paga dividendos. Investidores mostram maior prêmio de mercado para a Hasbro, mas a Mattel apresenta potencial de retorno mais robusto no curto prazo.
Nos últimos 12 meses, Hasbro acumula alta de 46,8%, enquanto a Mattel avança 12,7%. Consensus da Bloomberg aponta 86,7% de recomendação de compra para a Hasbro, contra 66,7% para a Mattel. Projeções apontam upside de ~14,9% para a Mattel e ~11,6% para a Hasbro nos 12 meses seguintes.
Receitas, margens e desafios comerciais
Entre julho e setembro, a categoria de veículos da Mattel cresceu 11%, mas bonecas recuaram 9%. Fisher-Price caiu 7%. A Hasbro viu crescimento no segmento de jogos e licenças, com destaque para Magic: The Gathering, mas mantém desafio na demanda de brinquedos.
Especialistas destacam que as tarifas afetam o mix de produtos e atrasam pedidos de varejistas. A Hasbro trabalha para ampliar a Wizards of the Coast e planeja lançamentos de jogos, incluindo Exodus, avaliado como projeto de longo prazo.
Estratégias para 2026 e cenário de mercado
A Mattel mantém produção majoritária em suas próprias plantas, o que aumenta exposição aos custos e tarifas. A empresa aposta em novas franquias e licenciamento para sustentar o crescimento, incluindo Caçadores de Demônios K-Pop, Toy Story 5, Moana live-action e Mestres do Universo.
A Hasbro busca maior margem em portfólio reduzido. Planos incluem Exodus como jogo autopublicado e expansão anual de lançamentos AAA até 2030, com foco em crescimento de margem e integração entre físicas e digitais.
Perspektiva para a temporada e próximos passos
Ambas as companhias esperam forte desempenho na temporada de festas. A Mattel mantém orientação de crescimento de 1% a 3% para o ano, desde que o quarto trimestre dê sustentação de 16% nas vendas. A Hasbro mira crescimento de receita em nível de um dígito entre 2025 e 2027.
Analistas sugerem que a próxima jogada depende de resposta de consumidores às novas licenças e aos conteúdos digitais em desenvolvimento. Caso haja recuperação da demanda, 2026 pode marcar avanço significativo para ambas as empresas no ecossistema de propriedade intelectual.
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