- A Nvidia diz que não é Enron, apesar de contratos bilionários que impulsionam seu crescimento e dependem do boom da IA.
- Este ano a empresa fechou acordos estimados em pelo menos 125 bilhões de dólares, incluindo um investimento de 10 bilhões de dólares por ano em OpenAI por 10 anos.
- Há preocupações sobre circularidade de negócios, com operações que lembram financiamento a clientes para compra de chips, como em OpenAI e CoreWeave.
- Investidores e analistas apontam riscos: dependência de grandes parcerias e efeitos em receitas e fluxo de caixa se houver atrasos de execução.
- Também existem acordos com governos, como CoreWeave, CoreWeave e parcerias com CoreWeave e governos da Coreia do Sul e da Arábia Saudita, cujos termos não são totalmente públicos, gerando incerteza sobre o tamanho real dos compromissos.
Nvidia afirma não ser Enron, mas seus acordos no setor de IA colocam em xeque a confiança de investidores. A fabricante de chips destaca que não depende de contabilidade enganosa para crescer, porém o volume de alianças gera dúvidas sobre a sustentabilidade desse modelo.
A empresa vive um ano recorde, com investimentos e parcerias anunciadas que totalizam pelo menos 125 bilhões de dólares, desde apoio à Intel até investimentos significativos em OpenAI. O objetivo é ampliar a potência de chips e software para treinar e hospedar grandes modelos de IA.
Entre os acordos de maior destaque está o aporte de 10 bilhões de dólares por ano, por uma década, na OpenAI, para uso de chips Nvidia. Também aparece um acordo com a CoreWeave, fornecedora de capacidade de computação sob demanda, que envolve aluguel de hardware Nvidia.
Críticas sobre circularidade surgem à medida que Nvidia financia clientes para a compra de seus produtos. Analistas ressaltam que esse tipo de operação, se ampla, pode aumentar o risco de dependência de poucos clientes para a receita.
Dentre outras negociações relevantes, a Oracle investiu cerca de 300 bilhões de dólares em data centers para a OpenAI, com repasses equivalentes para uso desses recursos. Em outubro, a OpenAI firmou com a AMD um acordo multibilionário de fornecimento de chips.
A CoreWeave também participa de um acordo que envolve vender 22 bilhões de dólares em capacidade de data center à OpenAI, além de entregar 350 milhões de dólares em ações da CoreWeave. O objetivo é manter o ritmo de expansão de infraestrutura de IA.
A OpenAI calcula um investimento total de 1,4 trilhão de dólares em capacity de computação para escalonar modelos que, segundo a empresa, podem revolucionar economias e justificar tais gastos. A OpenAI afirma que os componentes de investimento não se confundem com a compra de chips em si.
Paralelamente, Nvidia firmou acordos com governos, incluindo a CoreWeave e projetos com a CoreWeave e a OpenAI para ampliar o uso da tecnologia. Em termos de alcance, contratos com governos buscam escalar a produção de chips em grandes volumes.
Esferas públicas também mostram acordos com a CoreWeave, com governos em países como Coreia do Sul e Arábia Saudita. Em 2024, ficou registrado que a CoreWeave venderia milhões de unidades para a administração sul-coreana e empresas locais, com valor não divulgado.
O governo sul-coreano anunciou a compra de 260 mil chips Nvidia para uso governamental e empresarial, ainda sem detalhar o montante. Em termos da Arábia Saudita, Humain, empresa estatal de IA, planeja implantar dezenas de milhares de chips, com valores não revelados.
Esses passos somam-se a parcerias com países europeus, empresas europeias de pesquisa e operadoras de telecomunicações, envolvendo milhares de unidades de chips Nvidia e somas ainda não públicas. A despeito da magnitude, permanecem incertezas sobre prazos e condições.
Especialistas ressaltam que o foco em grandes clientes pode concentrar risco de negócio. Caso haja atrasos na execução, o reconhecimento de receita e o fluxo de caixa da Nvidia podem ser impactados.
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