- O S&P/ASX 200 fechou 2025 com alta de 6,8%, mas caiu mais de 4% em relação ao recorde de outubro, em meio a volatilidade causada por guerras comerciais, inflação e desempenho divergente com Wall Street.
- Para 2026, destaca-se a possibilidade de altas da taxa pelo Banco Central da Austrália em fevereiro, inflação mais rígida e risco de nova bolha de IA.
- Bancos e UBS alertam para ganhos, mas mantêm cautela diante da incerteza econômica e da possibilidade de mais oscilações no mercado.
- Ouro e prata seguem em alta, sustentados pela demanda por ativos de refúgio em momentos de incerteza.
- O interesse de jovens em criptomoedas permanece, mas com riscos de recuo, conforme volatilidade do mercado e sinais de eventual correção.
Em 2025, o S&P/ASX 200 teve retorno de 6,8%, marcando três anos de ganhos em meio a volatilidade. Guerras comerciais, inflação persistente e a forte posição de Wall Street, impulsionada pela IA, moldaram o cenário. Para 2026, destacam-se projeções de aperto monetário, riscos de nova bolha de IA e movimentos em metais preciosos.
Analistas apontam que a inflação mais alta pode exigir novas altas de juros pelo Banco Central da Austrália (RBA) ainda no início do ano. Dois dos quatro grandes bancos projetam alta de taxa em fevereiro, reduzindo o espaço para ciclos de cortes. Entre os ativos, ações australianas enfrentam divergência frente aos ganhos globais.
Bancos e UBS alertam para ganhos potentes, porém com cautela. O mercado de criptomoedas segue volátil, com o apetite de jovens investidores mantendo-se, mas cercado de riscos. Ouro e prata continuam em alta, atraindo busca por proteção em meio a incertezas geopolíticas e macroeconômicas.
Risco inflacionário e política monetária
As mudanças de sinal sobre inflação estimulam expectativas de aperto fiscal e monetário. O mercado precifica juros mais altos no curto prazo, o que tende a pressionar ações ligadas a custo de captação e consumo. Taxas de juros acima do esperado podem frear o consumo e o investimento empresarial.
Analistas destacam que a inflação resistente pode exigir ajustes adicionais na política monetária, mesmo com sinais de recuperação econômica. A divergência de performance entre ASX e Wall Street reflete, em parte, o impacto de políticas diferentes e de componentes de composição de mercado.
Risco de bolha de IA e geopolítica
A capacidade de computação em IA supera a oferta, alimentando cautela entre investidores. UBS sinaliza ganhos adicionais para ações globais, mas reforça atenção ao risco de bolha. Tensões entre grandes potências e interrupções na cadeia de suprimentos intensificam a volatilidade.
Entre os ativos digitais, o apetite por criptomoedas permanece entre jovens, porém o recuo de preços pode impactar esse grupo. Dados indicam que quem tem menos de 30 anos é um dos perfis mais ativos nesse segmento, ampliando a sensibilidade a oscilações de mercado.
Metais preciosos e cenário fiscal
O ouro e a prata mantêm trajetória de alta, com apelo de ativo-refúgio em momentos de incerteza. Analistas ressaltam que investimentos em metais são impulsionados por demanda de investidores novos e atuais que não desejam vender sem necessidade clara.
A Austrália, com reservas de ouro e produção de prata, tende a se beneficiar do interesse contínuo nesses ativos. No entanto, grandes altas recentes podem sinalizar correções futuras, servindo como aviso de potenciais turbulências econômicas.
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