- A Demografia da Enfermagem mostrou crescimento de 44% nos postos entre 2017 e 2022, saindo de cerca de um milhão para 1,5 milhão de vínculos, em evento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
- O setor público concentra 61,9% dos vínculos e as mulheres representam 85% da força de trabalho.
- O crescimento ocorreu em todos os níveis de atenção: atenção terciária passou de 635 mil para quase 900 mil postos; atenção primária e secundária cresceram 39,2% e 39%, respectivamente.
- Todas as regiões tiveram aumento, destacando o Centro-Oeste com 57,3%; EaD respondeu por 50,3% das vagas em 2022, mas diretrizes devem proibir cursos de graduação em EaD a partir de 2025.
- O Ministério da Saúde anunciou repasses federais de até R$ 10,7 bilhões para o piso da enfermagem até 2025; o coordenador do estudo, Mario Roberto Dal Poz, reforçou a importância da pesquisa para o fortalecimento da área.
O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira (11), a primeira Demografia da Enfermagem do Brasil, que revela um crescimento significativo de 44% no número de postos de trabalho na área entre 2017 e 2022. O levantamento aponta que o setor de enfermagem, que inclui enfermeiros, técnicos e auxiliares, saltou de cerca de um milhão para 1,5 milhão de vínculos profissionais. O evento ocorreu na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
A pesquisa, financiada pelo Ministério da Saúde e realizada em parceria com a UERJ, demonstra que o setor público concentra 61,9% dos vínculos profissionais e que as mulheres representam 85% da força de trabalho. O secretário adjunto de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Jérzey Timóteo, destacou a importância do estudo para o fortalecimento das políticas públicas voltadas à valorização da enfermagem.
Crescimento por Nível de Atenção
Os dados mostram aumento em todos os níveis de atenção à saúde. A atenção terciária, que abrange serviços de alta complexidade, teve o maior crescimento absoluto, passando de 635 mil para quase 900 mil postos de trabalho. Já a atenção primária e secundária também registraram avanços significativos, com crescimento de 39,2% e 39%, respectivamente.
Desde 2020, a contratação de enfermeiros e técnicos aumentou substancialmente, especialmente no setor público, em resposta à pandemia de COVID-19. Esse crescimento é um reflexo das políticas de expansão e qualificação da saúde implementadas nos últimos anos.
Crescimento Regional e Modalidade de Ensino
O estudo revela que todas as regiões do Brasil apresentaram crescimento no número de postos de trabalho, com destaque para o Centro-Oeste, que obteve um aumento de 57,3%. Em relação à educação, a modalidade de Ensino a Distância (EaD) teve um crescimento expressivo, representando 50,3% das vagas em 2022. Contudo, novas diretrizes do governo proíbem a oferta de cursos de graduação em enfermagem na modalidade EaD a partir de 2025, visando garantir a qualidade da formação.
Além disso, o Ministério da Saúde anunciou repasses federais para auxiliar no pagamento do piso salarial nacional da enfermagem, com previsão de R$ 10,7 bilhões até 2025. O coordenador do estudo, Mario Roberto Dal Poz, enfatizou a importância da pesquisa para o fortalecimento da enfermagem e a necessidade de mais investigações sobre o mercado de trabalho na área.