A partir do final do século XIX, editores como Joseph Pulitzer e Rudolf Hertz dominavam as principais publicações nos Estados Unidos, influenciando eventos e criando narrativas sensacionalistas. Essa dinâmica levou à deterioração da confiança do público na mídia, uma vez que os leitores não conseguiam distinguir entre fatos e espetáculos. Para reverter essa situação, Adolph […]
A partir do final do século XIX, editores como Joseph Pulitzer e Rudolf Hertz dominavam as principais publicações nos Estados Unidos, influenciando eventos e criando narrativas sensacionalistas. Essa dinâmica levou à deterioração da confiança do público na mídia, uma vez que os leitores não conseguiam distinguir entre fatos e espetáculos. Para reverter essa situação, Adolph Ochs introduziu o modelo de assinaturas nos jornais, permitindo que os leitores recebessem suas edições em casa, independentemente dos títulos chamativos. Essa mudança possibilitou que jornalistas se concentrassem em reportagens relevantes, culminando no surgimento do The New York Times.
Atualmente, o jornal EL PAÍS alcançou a marca de 400.000 assinantes, refletindo uma nova era de consumo de notícias. Desde o lançamento da versão digital paga em maio de 2020, cerca de 240 novos assinantes se juntam diariamente ao jornal. Em dezembro, o total de assinantes digitais chegou a quase 392.000, incluindo 29.000 assinantes da edição impressa e 5.000 que optam pela versão em PDF. Esse crescimento é notável em um contexto onde muitos se informam por redes sociais, destacando a escolha de pagar por notícias com qualidade e contexto.
Entre os assinantes, jovens como Natale La Roca, de 18 anos, representam um segmento crescente, com 27% da geração Z assinando publicações, em comparação a apenas 12% da média geral. La Roca, estudante de jornalismo, acredita na importância da informação confiável e reconhece que, apesar das falhas do EL PAÍS, ele é um dos jornais mais respeitados. O cenário de assinaturas na Espanha ainda é incipiente, mas o crescimento do EL PAÍS, superando as expectativas, demonstra uma mudança significativa no consumo de notícias.
O jornalismo digital também se destaca pela diversidade de assinantes, com 52% optando por mais de um periódico. Assinantes que não se identificam ideologicamente com o EL PAÍS ainda pagam por suas reportagens, evidenciando um fenômeno incomum. A transição para o digital é evidente, com leitores mais velhos, como Miguel Pérez, de 91 anos, adaptando-se facilmente ao novo formato. Ele observa que as notícias agora são mais diretas e precisas, refletindo a evolução do jornalismo em tempos de desinformação.
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