A Mata Atlântica perdeu 200 mil campos de futebol em uma década, conforme estudo publicado na revista *Nature Sustainability*. Entre 2010 e 2020, foram desmatados 186.289 hectares, com mais de 14 mil polígonos identificados. A pesquisa, realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica, Inpe e USP, revela que a maioria das ocorrências ocorreu em pequenas propriedades […]
A Mata Atlântica perdeu 200 mil campos de futebol em uma década, conforme estudo publicado na revista *Nature Sustainability*. Entre 2010 e 2020, foram desmatados 186.289 hectares, com mais de 14 mil polígonos identificados. A pesquisa, realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica, Inpe e USP, revela que a maioria das ocorrências ocorreu em pequenas propriedades privadas, frequentemente com indícios de ilegalidade.
As regiões mais afetadas estão no norte, abrangendo Bahia e Minas Gerais, e no sul, em Paraná e Santa Catarina. O desmatamento é principalmente destinado a pastagens, silvicultura e agricultura temporária, o que gera impactos significativos no clima e na biodiversidade. Luís Fernando Guedes Pinto, diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, destaca que os dados revelam uma “realidade preocupante”, pois, apesar da legislação de proteção, o Brasil continua perdendo florestas maduras.
O estudo indica que a maior parte do desmatamento é ilegal, ocorrendo apenas em situações excepcionais. Pinto afirma que a pesquisa ajuda a identificar as regiões e os atores envolvidos no desmatamento, visando alcançar o desmatamento zero. A coautora Silvana Amaral, do Inpe, ressalta que, embora o desmatamento em terras indígenas e quilombolas seja menor, as taxas ainda são alarmantes.
Os pesquisadores enfatizam a necessidade de aumentar as áreas protegidas e restaurar ecossistemas degradados. Além de intensificar a aplicação da Lei da Mata Atlântica, é crucial combinar esforços de conservação com desenvolvimento sustentável para conter o avanço do desmatamento.
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