A suspensão de quase toda a ajuda externa dos Estados Unidos, anunciada pelo governo Trump, continua a gerar incertezas uma semana após sua implementação. O secretário de Estado, Marco Rubio, comunicou a medida em um cable diplomático, resultando em confusão entre trabalhadores e organizações de ajuda humanitária sobre quais projetos devem ser interrompidos. Além disso, […]
A suspensão de quase toda a ajuda externa dos Estados Unidos, anunciada pelo governo Trump, continua a gerar incertezas uma semana após sua implementação. O secretário de Estado, Marco Rubio, comunicou a medida em um cable diplomático, resultando em confusão entre trabalhadores e organizações de ajuda humanitária sobre quais projetos devem ser interrompidos. Além disso, muitos contratados da USAID, que frequentemente financiam antecipadamente seus trabalhos, estão enfrentando dificuldades financeiras, com alguns não recebendo pagamentos por serviços já prestados, o que pode levar a demissões em massa.
Annie Feighery, CEO da mWater, uma empresa que auxilia governos a melhorar o acesso à água, relatou que a ordem de suspensão afetou 80% de seu orçamento, forçando-a a demitir funcionários. Ela expressou preocupação com a possibilidade de países como a China ocuparem o espaço deixado pela pausa na ajuda americana. Um oficial humanitário alertou que a situação pode permitir que potências estrangeiras aumentem sua influência em regiões que dependem do apoio dos EUA, além de potencializar a ação de grupos não estatais.
A confusão em torno da isenção para “ajuda humanitária” persiste, com várias ONGs buscando esclarecimentos sobre quais tipos de financiamento estão suspensos. O Departamento de Estado afirmou que a ajuda humanitária, que inclui medicamentos e alimentos, não está afetada, mas muitos trabalhadores de ajuda expressaram incertezas sobre a aplicação dessa isenção e se ela cobre os custos operacionais das equipes.
Além disso, a suspensão da ajuda ao desenvolvimento, que é crucial para a segurança alimentar e hídrica, também foi destacada como uma preocupação. Projetos em países como Peru e Ucrânia foram interrompidos, afetando diretamente a assistência a refugiados e a produção agrícola. A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupação com a interrupção do financiamento de programas de HIV, alertando que isso pode reverter décadas de progresso na luta contra a doença.