- Mohammad Javad Zarif, ex-ministro das Relações Exteriores do Irã, analisa a recente guerra de doze dias entre Irã e Israel.
- O conflito resultou em ataques significativos às instalações militares e nucleares do Irã, além da morte de líderes militares e cientistas nucleares.
- Zarif afirma que a guerra prejudicou a imagem do Irã nas negociações com os Estados Unidos, criando a percepção de que a diplomacia era uma fachada para a agressão.
- Ele critica a narrativa de que o Irã busca desenvolver armas nucleares, argumentando que a verdadeira ameaça à segurança de Israel é a paz na região.
- Zarif sugere uma mudança de paradigma nas relações internacionais, propondo que o Irã busque cooperação em vez de confrontos.
Mohammad Javad Zarif, ex-ministro das Relações Exteriores do Irã, agora analista independente, discute as consequências da recente guerra de 12 dias entre Irã e Israel, que resultou em ataques significativos às instalações militares e nucleares iranianas. Durante o conflito, o Irã enfrentou a morte de líderes militares e cientistas nucleares, o que, segundo Zarif, representa uma violação das leis internacionais.
Zarif, que foi vice-presidente para assuntos estratégicos até março de 2023, afirma que a guerra prejudicou a imagem do Irã nas negociações com os Estados Unidos, criando a percepção de que a diplomacia era apenas uma fachada para a agressão. Ele destaca que, apesar dos danos, o Irã demonstrou que não é uma presa fácil, conseguindo retaliar e atingir alvos israelenses com seus mísseis.
O ex-ministro critica a narrativa de que o Irã busca desenvolver armas nucleares, argumentando que essa é uma construção israelense. Ele enfatiza que a verdadeira ameaça à segurança de Israel é a paz na região, que o acordo nuclear (JCPOA) poderia ter promovido. Zarif também defende que os grupos que o Irã apoia, como Hamas e Hezbollah, lutam contra a ocupação e não em nome do Irã.
A economia iraniana, marcada por altas taxas de desemprego e inflação, é um ponto de preocupação. Zarif reconhece que a situação econômica é grave, mas atribui a responsabilidade às sanções e à política de pressão máxima dos EUA. Ele argumenta que a narrativa de que o Irã causa instabilidade é equivocada e que a verdadeira origem dos conflitos está na ocupação e nas injustiças enfrentadas pelos palestinos.
Zarif propõe uma mudança de paradigma nas relações internacionais, sugerindo que o Irã deve explorar oportunidades de cooperação em vez de se concentrar em confrontos. Ele acredita que um futuro baseado em diálogo e respeito mútuo é possível, mas requer uma mudança de postura tanto do Irã quanto dos Estados Unidos e seus aliados.