- A guerra em Gaza provocou mudanças políticas significativas no Oriente Médio, com 67 mil mortes, e acelerou a nova dinâmica entre rivais históricos, especialmente após a implementação do plano de 20 pontos de Donald Trump.
- A adoção rápida do plano intensificou a cooperação entre potências regionais, como Turquia, Egito e Jordânia, que podem enviar tropas para uma força de estabilização, sob pressão dos Estados Unidos.
- O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, e o emir do Catar passam a ter posição favorável nas negociações, diferente da relação anterior com a administração norte‑americana.
- No âmbito regional, há debates sobre expansão dos Acordos de Abraão, com a presença do primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia’ al‑Sudani, na cúpula de Sharm el‑Sheikh, indicando possível mudança na influência iraquiana.
- Desafios persistem: o cessar-fogo é violado com frequência e a paz duradoura exige tempo; o Irã enfrenta desafios internos e reavalia estratégias sobre Hezbollah e Hamas, abrindo caminho para diálogo sobre paz e estabilidade.
A guerra em Gaza provocou mudanças políticas significativas no Oriente Médio, levando a uma nova dinâmica entre rivais históricos. O conflito, que resultou em 67 mil mortes, forçou países a reconsiderar suas alianças e estratégias, especialmente com a implementação do plano de 20 pontos de Donald Trump.
A rápida adoção desse plano intensificou a colaboração entre potências regionais, como Turquia, Egito e Jordânia, que podem contribuir com tropas para uma força de estabilização em Gaza. Essa movimentação ocorre sob pressão dos Estados Unidos, que buscam um novo equilíbrio na região. O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, e o emir do Catar estão agora em uma posição favorável nas negociações, ao contrário de sua relação anterior com a administração americana.
Impactos Regionais
O fim do conflito trouxe à tona a possibilidade de integração regional, com discussões sobre a expansão dos Acordos de Abraão, que promovem a normalização das relações entre Israel e estados árabes. A presença de líderes como o primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia’ al-Sudani, na cúpula em Sharm el Sheikh, indica uma possível mudança na influência iraquiana, tradicionalmente alinhada ao Irã.
Analistas apontam que a cessação das hostilidades pode reconfigurar o mapa geopolítico, permitindo uma nova conversa sobre conexões terrestres do Golfo ao Mediterrâneo. No entanto, a questão da criação de um estado palestino continua a ser um obstáculo significativo para o avanço das negociações.
Desafios e Oportunidades
Apesar do otimismo, especialistas alertam para os riscos associados a essa nova ordem. A situação no terreno ainda é volátil, com violações frequentes do cessar-fogo. Mkhaimar Abusada, professor de ciência política em Gaza, destaca que, após o intenso derramamento de sangue, a construção de uma paz duradoura demandará tempo e cautela.
Enquanto isso, o Irã enfrenta desafios internos, com sua influência na região sendo questionada. O conflito expôs limitações em sua capacidade militar e levou a uma reavaliação de suas estratégias, especialmente em relação a grupos como o Hezbollah e Hamas. A nova configuração política pode, portanto, abrir caminho para um diálogo mais amplo sobre a paz e a estabilidade no Oriente Médio.