- Na Guiné-Bissau, o militar que comanda o país deteve o presidente Umaro Sissoco Embaló e afirmou ter “controle definitivo” após a eleição contestada, com tiros e cercos ocorrendo em Bissau.
- Na Nigéria, a violência envolve diferentes grupos, com abduções de 303 crianças e 12 professores de escola católica, fechamento de escolas e ataques a igrejas; autoridades intensificam patrulhas.
- Relações entre Eritreia e Etiópia voltam a tensionar o Chifre da África, com tropas eritreas ainda ocupando área na fronteira após conflitos passados e pedidos internacionais por retirada.
- O G20, realizado em Pretória, adotou declaração centrada em clima, desigualdade e igualdade de gênero, sem a participação dos EUA; ministros aguardam próximos encontros.
- O texto também destaca o risco de nova escalada na região, com diplomacia da União Africana e de potências internacionais sendo enfatizada para evitar retrocesso no acordo de Pretoria.
História em destaque desta semana aponta para três frentes na África: o golpe militar em Guiné-Bissau, a escalada de violência no Nigéria e a declaração do G-20 sobre clima e desigualdade, com EUA ausente. Na Etiópia, persistentemente tensa a relação com Eritreia, após décadas de conflito e uma paz instável desde 2018 que não afastou disputas na fronteira.
Em Guiné-Bissau, o Exército deteve o presidente Umaro Sissoco Embaló, após a eleição de fim de semana passada, declarando controle do país por tempo indefinido. Embaló, ex-general, disputou a vitória com Fernando Dias. O episódio ocorreu perto de Bissau, com relatos de tiroteios e instalação de postos militares. A oposição contesta o resultado, e o PAIGC, principal partido, viu impedimentos legais para concorrer. A guarda nacional afirma que a ordem está sob controle.
Na Nigéria, ataques e sequestros afetam fiéis de diversas religiões. Há registros de abduções a escolas, execução de oficiais e ataques a comunidades, com impacto na segurança pública e na produção agrícola. O governo elevou o patrulhamento e fechou escolas em áreas de risco, enquanto organizações internacionais alertam para fome extrema que pode atingir milhões de pessoas.
No âmbito internacional, o G-20, com a liderança da África do Sul, divulgou uma declaração centrada em clima, igualdade de gênero e desigualdade global, mesmo sem a participação dos EUA. A mensagem, anunciada na abertura da cúpula em Pretória, contrasta com a posição dos EUA e ocorre em meio a discussões sobre cooperação futura e impacto econômico mundial.
Contexto regional: as tensões entre Eritreia e Etiópia persistem desde conflitos anteriores e disputas sobre acesso a recursos. A trégua de 2018 não impediu atritos, especialmente na fronteira, com tropas eritreas ainda presentes em áreas reivindicadas. Observadores pedem diplomacia renovada para evitar novo ciclo de hostilidades na região.