- França dará andamento a um Serviço Militar Voluntário a partir de 2026, com duração de dez meses, iniciando com dez mil jovens e meta de cinquenta mil até 2035.
- O programa é aberto a mulheres e inclui créditos canjeáveis e reserva operativa, com objetivo de aumentar reservistas e dissuadir a Rússia.
- Remuneração prevista fica entre 900 e 1.000 euros por mês; a proposta gerou críticas por ficar aquém do salário mínimo, segundo a oposição.
- O anúncio foi feito pelo presidente Emmanuel Macron na base militar de Varces-Allières-et-Risset, defendendo um modelo de exército híbrido.
- O tema já era discutido há anos, com debates envolvendo várias lideranças e inspirações em iniciativas similares na Alemanha e Bélgica.
França anunciou que implantará, a partir do verão de 2026, um Serviço Militar Voluntário de 10 meses. A operação inicial acolherá 10 mil jovens, homens e mulheres, com meta de chegar a 50 mil até 2035. O programa prevê remuneração entre 900 e 1.000 euros mensais e abertura a pessoas de ambos os sexos, além de créditos e reserva operativa.
A iniciativa foi apresentada pelo presidente Emmanuel Macron durante visita à base militar de Varces-Allières-et-Risset. O governo justificou a medida como parte de uma mobilização nacional para enfrentar ameaças modernas, destacando a necessidade de um modelo de defesa híbrido para dissuadir adversários, especialmente a Rússia.
Histórico e contexto. O Serviço Militar foi extinto em 1996 por decisão de Jacques Chirac, após o fim da Guerra Fria, e o debate sobre sua reinstalação persiste há anos, com posições de figuras políticas diversas. O SNU civil de 2019 fracassou por questões de financiamento, mas pesquisas recentes indicam alto apoio ao retorno do serviço, ainda que dividido quanto à obrigatoriedade.
Detalhes operacionais. O programa abrirá aos franceses com 18 anos e funcionará por 10 meses. A remuneração é alvo de críticas de setores da oposição, que questionam se fica acima do salário mínimo, e destacam benefícios como créditos para educação e integração à reserva. A proposta também prevê um caminho para jovens continuarem estudos ou ingressarem no setor civil, com apoio contínuo das Forças Armadas.
Contexto internacional. Alemanha e Bélgica já mostraram iniciativas semelhantes para reforçar capacidades defensivas frente à Rússia, com recrutamento obrigatório ou semiobrigatório para jovens. A França pretende assim ampliar seu efetivo e qualificar reservistas para eventuais conflitos, mantendo um tom de dissuasão.