- O rei Guillermo de Orange realizou a primeira visita de Estado de um monarca neerlandês a Surinam em quarenta e sete anos, reunindo-se com líderes afro-surinameses e indígenas.
- As comunidades aceitaram as desculpas pelo passado escravista apresentadas em julho de 2023 e receberam o perdão pessoal aos seus antepassados.
- Durante a visita, surgiram negociações sobre um programa de reparação no valor de 66 milhões de euros, descrito pelo governo neerlandês como gesto, não como compensação imediata.
- A presidenta de Surinam, Jennifer Simons, afirmou que o país pretende abrir conversas sobre o programa de reparação.
- A viagem dura até esta quarta-feira; Surinam tornou-se independente em 1975 e a escravidão foi abolida em 1863.
Guillermo de Orange realizou nesta semana a primeira visita de Estado de um monarca neerlandês a Surinam em 47 anos, reunindo-se com líderes afro-surinameses e indígenas. O objetivo inicial foi discutir o passado escravista e as reparações em pauta, com foco no programa de 66 milhões de euros destinado pelos Países Baixos. A viagem ocorre após o Perdão formal em que o monarca pediu desculpas, em 2023, pela escravidão.
Os descendentes de escravizados e comunidades indígenas de Surinam já haviam aceitado, de forma coletiva, o pedido de perdão feito pelo rei. Em Surinam, país que se tornou independente em 1975, a escravidão foi abolida em 1863, com períodos de trabalho forçado subsequentes. A visita marca a primeira desde a abdicação da soberana anterior, com a rainha Máxima acompanhando o marido.
A presidente de Surinam, Jennifer Simons, enfatizou que o país busca abrir diálogo sobre o chamado programa de reparação, destacando que o montante de 66 milhões de euros não representa uma reparação direta, mas um gesto do governo neerlandês. O tema envolve também os laços históricos entre Surinam e a antiga colônia holandesa, com debates sobre impactos duradouros do sistema escravagista na sociedade local.
Durante as negociações, o monarca afirmou reconhecer que “todos descendemos de quem esteve envolvido” e que a dor persiste há gerações. A agenda inclui encontros com representantes de comunidades afro-surinamesas, indígenas e cimarrones, que historicamente formaram comunidades livres na selva durante o período colonial.
Histórico de deslocamentos qualifica o contexto: Surinam recebeu imigrantes e refugiados de diversas origens ao longo das décadas, e o fluxo migratório para os Países Baixos também impactou demografia e políticas públicas. A imprensa local acompanha a programação, com foco em como as conversas evoluem e quais medidas poderão emergir do acordo preliminar entre os dois países.