- O rei Willem-Alexander e a rainha Máxima chegaram a Paramaribo para uma visita de três dias, a primeira da família real em quase cinco décadas.
- O casal afirmou que o tema da escravidão não ficará fora do debate e que buscarão diálogo direto com descendentes de escravizados e povos indígenas.
- A viagem ocorre pouco mais de cinquenta anos após a independência de Suriname e envolve encontros com representantes de comunidades locais, em sessões fechadas.
- Afro-surinames criticaram a ausência de uma homenagem simbólica durante a programação, como uma missa ou transmissão pública de memória.
- O contexto histórico lembra que a escravidão foi formalmente abolida em 1 de julho de 1863, mas só terminou em 1873; as desculpas oficiais já foram dadas pela coroa em 2022 e 2023.
O rei holandês Willem-Alexander e a rainha Máxima chegam a Paramaribo, capital do Suriname, para uma visita oficial de três dias. O objetivo é fortalecer laços com a antiga colônia e discutir temas ligados à escravidão e à herança histórica. A viagem ocorre pouco mais de uma semana após o Suriname marcar 50 anos de independência.
Durante a estadia, o casal se reunirá com descendentes de pessoas escravizadas, povos tradicionais e comunidades indígenas. O programa prevê diálogos abertos sobre o passado doloroso, incluindo as consequências da escravização na sociedade surinamesa. A viagem marca a primeira visita real recente ao país em quase cinco décadas.
O contexto histórico permanece relevante: a escravidão foi abolida formalmente em 1º de julho de 1863, com extinção completa apenas em 1873. O Suriname também vive mudanças políticas e potenciais ganhos com vastas reservas de petróleo, que podem influenciar o cenário econômico. Críticas internas apontam para a ausência de uma homenagem específica durante o roteiro da comitiva.
Visita e reações
O rei enfatizou que o tema da escravidão não ficará fora de debate e que a Holanda busca um futuro baseado em igualdade e respeito mútuo. Em reunião com a presidente do Suriname, Jennifer Geerlings-Simons, ficou acordado ampliar o diálogo com as comunidades afetadas. Entidades Afro-Surinames contestaram a ausência de uma homenagem formal em um monumento local, o que gerou debates sobre justiça histórica.
O governo holandês já pediu desculpas pela escravidão em 2022, seguidas de um pedido formal do rei no ano seguinte. A imprensa aponta para tensões diplomáticas anteriores, agravadas por regimes militares e disputas políticas. A visita, portanto, ocorre num momento de redefinição de relações entre os dois países.