- Uma inspeção do Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) mostrou que o impacto de um drone em fevereiro degradou a estrutura de contenção de aço do sarcófago de Chernóbil, comprometendo as funções de segurança, inclusive o confinamento.
- Não houve danos permanentes nas estruturas de suporte ou nos sistemas de monitoramento, mas são necessários reparos completos para evitar nova deterioração e garantir a segurança a longo prazo.
- A avaliação ocorreu em meio a acusações da Ucrânia de que o drone foi lançado pela Rússia; Moscou nega envolvimento.
- A ONU informou, em fevereiro, que os níveis de radiação permaneceram normais e não houve fuga radioativa.
- O sarcófago foi construído para conter material radiactivo do desastre de 1986; o último reator da central fechou em 2000; a área ficou sob ocupação russa nas primeiras semanas de 2022.
O Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) informou que o sarcófago da usina de Chernóbil não consegue mais desempenhar plenamente a função de segurança sob risco de deterioração. A conclusão veio após inspeção da estrutura de contenção de aço, concluída em 2019, verificada na semana passada.
Conforme o monitoramento, o impacto de um drone em fevereiro degradou a contensão, comprometendo o confinamento. Não houve danos permanentes nas estruturas de suporte nem nos sistemas de monitoramento, mas reparos completos são necessários para evitar nova deterioração.
Segundo o diretor-geral Rafael Grossi, as reparações já realizadas não bastam e é essencial restabelecer totalmente a integridade da proteção. A missão do OIEA aponta para ações adicionais para garantir a segurança nuclear a longo prazo.
Contexto: a ONU informou que o drone com ogiva explodiu sobre a central em fevereiro, incendiando o revestimento ao redor do reator 4, destruído em 1986. Autoridades ucranianas atribuíram o ataque à Rússia, que negou. Níveis de radiação permanecem normais.
A usina de Chernóbil ficou sob ocupação russa no início de 2022, durante a invasão que visava Kiev. O último reator em operação foi encerrado em 2000. O OIEA executa a inspeção em meio a estudos nacionais sobre danos a subestações elétricas provocados pela guerra.