- O megaincêndio em Wang Fuk Court, em Hong Kong, deixou 159 mortos e 79 feridos.
- As eleições do Conselho Legislativo ocorreram sob o regime “apto apenas para patriotas”, ampliando o controle de Beijing sobre o território.
- A participação registrada até as 14h30 locais foi de 17,4%, perto de uma queda versus 2021.
- Foram detidas 15 pessoas por negligência em obras e 6 por falhas nos sistemas antiincêndio, entre outras acusações.
- Pequim pediu vigilância contínua e reiterou mensagens contra “elementos antichines” para manter a estabilidade após o incêndio.
O incêndio atingiu blocos de Wang Fuk Court em Hong Kong, no contexto do megaincêndio que mobiliza a cidade. A tragédia ocorreu na tarde de quarta-feira, quando a fumaça se espalhou entre as torres da residential complex. Bombeiros trabalham no local para debelar as chamas e realizar buscas por vítimas.
Até agora foram confirmados 159 mortos e 79 feridos. As autoridades informam que a investigação apura falhas de segurança, incluindo uso de materiais inflamáveis e redes que não atendiam aos padrões. A área permanece isolada para peritagens técnicas.
As eleições para o Conselho Legislativo ocorreram no mesmo dia, sob o sistema “apto apenas para patriotas”. A participação, de cerca de 17,4% até as 14h30, está bem abaixo de 2021, quando houve recorde baixo. Pequim teme turbulência e reforça vigilância.
Contexto político e segurança
O governo justifica as mudanças de 2021 para elevar a fidelidade ao território. Autoridades afirmam que candidaturas são avaliadas por critérios de lealdade e por comitês controlados por fação pró-Pequim. Análises apontam impacto direto na composição do Legislativo.
A polícia prendeu 15 pessoas por negligência em obras de renovação e 6 por falhas nos sistemas antiincêndio, segundo a imprensa local. Outros foram detidos por usos de redes sociais para mobilizar votos nulos ou boicotes às eleições.
Especialistas destacam que o incêndio expõe fragilidades na segurança de habitações públicas e a eficácia de normas de construção. Investigações devem identificar responsabilidades entre contratantes, engenheiros e autoridades de fiscalização.
Reações da sociedade
Partes da população acompanham o desdobrar do caso com cautela. Estudantes e jovens reagiram com mensagens na internet, cobrando transparência nas apurações e maior fiscalização de obras públicas. Turmas de escolas abriram memoriais para as vítimas.
Figuras veteranas da política oposicionista são unânimes em afirmar que o ambiente político está sob forte pressão. Relatos de detidos e detenções geram debates sobre limites da protesta e o espaço político disponível dentro do sistema atual.
A imprensa local relata que a resposta das equipes de emergência tem sido elogiada por alguns especialistas. Outros, contudo, apontam falhas na governança de habitação pública e na supervisão de códigos de construção, que podem exigir revisões.